Amor

Você tem tendência a relacionamentos injustos?

Miranda: Onde você quer ir jantar hoje à noite? Estou com vontade de ir naquele lugar em que almoçamos na semana passada, Armazém das Larvas Podres.
Doug: OK, benzinho. Está ótimo para mim.

A conversa acima pode parecer estranha, mas é muito mais comum do que você imagina. Pessoas encantadoras em todo o mundo apoiam ideias ruins todos os dias. Mesmo quando eles sabem, em algum nível, que são ideias ruins.

A maioria das pessoas não tem problemas em saber o que querem e o que precisam e pedem por isso. Mas há também um grande subconjunto da população que não tem ideia do que eles querem ou precisam. Quem ocupa muito pouco espaço, espera muito pouco e pede muito pouco. Assim como Doug.

Então, por que Doug concordaria em ir ao Armazém das Larvas Podres? O que poderia fazer com que você decidisse concordar com uma sugestão como essa? Tudo se resume a duas razões, uma da sua infância e outra da sua idade adulta. Um é causado por outra pessoa e um é causado por você.

Ambos podem ser superados!

As 2 principais razões pelas quais você está propenso a relacionamentos desvantajosos

Na infância, seus pais não lhe perguntaram o que queria, sentia e precisava – eu chamo isso de Negligência Emocional Infantil, ou NEI. Isso lhe deu a ideia de que seus desejos, sentimentos e necessidades são menos importantes do que os de outras pessoas. Você agora se sente em um nível profundo (provavelmente inconsciente) de que seus desejos, sentimentos e necessidades não importam. Seus pais emocionalmente negligenciaram você.

Na idade adulta, você fez o que nunca deveria fazer. Você inadvertidamente continuou o padrão de ignorar seus próprios sentimentos e necessidades. Você inconscientemente continua a infligir a si mesmo a negligência emocional que experimentou na infância. Não é sua culpa.

Esse padrão não é de todo incomum. Eu vejo isso muitas vezes, na verdade. E existem algumas boas razões pelas quais o nº 2 segue naturalmente o nº 1.

As pesquisas têm mostrado, repetidas vezes, que a maneira como uma criança é tratada por aqueles que a criam torna-se a maneira como ela um dia se tratará. Centenas de estudos sobre o apego à infância têm analisado essa questão de vários ângulos diferentes, e agora é um fato bem conhecido e bem compreendido que os profissionais de saúde mental não mais questionam.

Você se identifica com Doug, ou seja, você tende a concordar com o que outras pessoas querem? Ou você se identifica com Miranda, e tem um cônjuge, parceiro ou amigo que não parece falar por si?

Nenhuma posição é boa, porque todo relacionamento unilateral é limitado em sua profundidade e alcance. Ele não será capaz de desenvolver todo o seu potencial. Isso porque a pessoa em desvantagem, apesar de todo o cuidado e generosidade sincera em relação ao outro, não está totalmente presente no relacionamento.

Pode parecer que há apenas uma solução para esse dilema. Doug deve começar a falar. Mas, na verdade, assim como na maioria das coisas, a resposta não é tão simples. Mas há uma resposta, e é clara, testada pelo tempo e verdadeira.

E funciona.

Siga estes 3 passos para melhorar seus relacionamentos

Aceite que seus sentimentos, necessidades e desejos são tão importantes quanto os de qualquer outra pessoa. Você deve aceitar esse fato antes de poder assumir seu lugar de direito em seus relacionamentos.

Comece a prestar atenção ao que você sente, precisa e deseja. Faça listas no seu telefone ou laptop ou em uma folha de papel e adicione um novo item a cada lista todos os dias. Você não pode falar por si mesmo a menos que saiba o que pedir.

Comece a fazer um esforço consciente para estar ciente de suas próprias necessidades e desejos, e coloque-os em palavras. Quando alguém pergunta sua opinião ou preferência, esforce-se para oferecer uma a cada vez. Quanto mais você fizer isso, mais fácil será. Quanto mais fácil se torna, mais você estará se adequando a si mesmo e ocupando seu espaço justo.

Na infância, não lhe perguntaram o suficiente o que você queria, precisava ou sentia. Na idade adulta, você não se perguntou suficientemente o que queria, precisava ou sentia. Você continuou a se negligenciar. O mais engraçado de se negligenciar é que ele irradia uma mensagem não dita para todos ao seu redor: “Ignore-me, não sou importante”, sussurra a mensagem aos ouvidos de todos.

Por que as pessoas ao seu redor valorizam você mais do que você valoriza a si mesmo? Por que eles se importariam com a sua felicidade mais do que você mesmo? Infelizmente, eles não podem. E eles não vão.

Esses três passos simples praticados com persistência ao longo do tempo podem fazer uma tremenda diferença em seu nível de autovalor e autoconfiança. E você vai ganhar o benefício adicional de realmente conseguir o que quer com muito mais frequência. Você nunca mais terá que comer no Armazém das Larvas Podres. Conseguir o que deseja e se sentir igual e merecedor. Isto irá, sem dúvida, torná-lo mais feliz.

Muito. Mais. Feliz.

(Link original: psychcentral)
*Traduzido e adaptado por Marcela Jahjah, da equipe Fãs da Psicanálise

*Texto traduzido e adaptado com exclusividade para o site Fãs da Psicanálise. É proibida a divulgação deste material em páginas comerciais, seja em forma de texto, vídeo ou imagem, mesmo com os devidos créditos.

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