Já pensaram na fonte de prazer infinita que é a boca? Desde o sugar o seio da mãe, depois a chupeta e o dedo, o peito da namorada, a língua do outro, a boca do outro, o dedão do pé do outro, entre outras coisas. É tanta boca com boca, boca naquilo, aquilo na boca.
Com a boca comemos demais e pela boca morremos. Comemos porque estamos alegres e quando estamos tristes, quando estamos ansiosos e com raiva, para comemorar, para afogar as mágoas, quando estamos carentes e quando estamos amando. Quantas vezes comemos quando realmente estamos com fome? Estou falando da fome fisiológica, não da emocional. Que vazio é esse que queremos preencher com comida?
Você tem fome de que?
Percebendo nossa fixação oral e carência emocional, suprida com a comida, a indústria apelou para produção de alimentos cada vez mais saborosos e menos nutritivos, inventou o fast food, o carboidrato refinado, o refrigerante, os doces artificiais, o sorvete, entre outras tantas porcarias. Uma verdadeira orgia alimentar! E a praça de alimentação dos shoppings? A Sodoma e Gomorra gastronômica, onde podemos cometer o pecado da gula, sem nenhum pudor. O lugar onde se come, se enche, se explode e se mergulha nas emoções, nas dores e frustrações daquilo que nos falta e não podemos colocar para fora, então mandamos comida pra dentro.
Após encher bem a barriga dos desavisados a indústria do consumismo desenfreado agora descobriu que está faltando pano nas roupas e com isso nasce a moda plus size. Já não bastasse a magreza anoréxica nas passarelas, estamos caminhando para o outro extremo? E a obesidade que deveria ser condição temporária passa a ser estilo de vida?
E muitos vão dizer, mas os magros também ficam doentes e morrem, são infelizes no amor, tem AVC, colesterol alto e hipertensão. Sim mas, não fiz esse post pra falar de magro, quer falar de magro e seus problemas, faça um post pra você. Eu quero falar de gordo, quero entender que fenômeno plus size é esse que está acontecendo na sociedade e porque minha opinião sincera a respeito me faz ser chamada de gordofóbica, mesmo estando eu acima do peso.
Esse post não é para falar de beleza ou feiura de ninguém e muito menos atacar quem decidiu ser obeso e se sente feliz. Se você me disser que é obeso, bem amado, transa muito, se acha lindo e tem o colesterol e glicose normais, que bom pra você, mas esse post é para os obesos infelizes, hipertensos, hostilizados e deprimidos, que sentem na pele todos os dias a discriminação e a crueldade alheia. Esse post é também para aqueles que tem medo de morrer e já perderam mãe, pai, filhos e amigos por conta da obesidade e das doenças provocadas por ela. Oi!! Tem alguém ai?
Existe uma quantidade grande de pessoas se aceitando, se amando e vivendo feliz, mas acredito que o número maior é de obesos infelizes. Quantas vagas de emprego perdidas, quantos talentos desperdiçados, quantos amores indo pelo ralo, quantas rejeições e emoções mal resolvidas, quanta infelicidade, quanta doença, quanta morte.
Leia Mais: A causa real da obesidade é psicológica antes de física
Vamos negligenciar que obesidade mata, abre a porta para inúmeras outras doenças que também matam e é uma questão de saúde pública? A indústria alimentícia é sim co-responsável por tudo isso, mas ninguém nos obrigou a comer.
Caímos no conto encantando do fast food e agora vamos cair no conto do fantástico mundo plus sizes, onde ser gordinho gostoso é cool, tá na moda e é saudável? Tudo menos assumir a responsabilidade pelos próprios atos e buscar ajuda real para a solução do nosso mortífero excesso de peso e da nossa excessiva fome emocional, que está ocasionando esse fenômeno plus size, que pode existir, mas não deve servir para camuflar um problema grave.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considerou a obesidade como uma doença epidêmica global do século 21 e em recente estudo divulgou que a obesidade mata 2,8 milhões de pessoas por ano. Imagine esse número nas alturas se contabilizássemos as mortes ocasionadas pelas doenças provocadas pela obesidade, como diabetes, hipertensão, câncer. Pesquisas recentes também apontam o aumento da obesidade entre os brasileiros. O ministério da saúde divulgou uma pesquisa dizendo que 52,5% dos brasileiros estão acima do peso, sendo 17,9% de obesos.
Então quando você, seguindo a multidão, hostiliza quem pensa diferente e diz que vai ser gordo mesmo e daí? Você está fazendo isso por convicção ou porque está sendo manipulado por um mercado que já se deu conta da tendência do gráfico acima e vai te oferecer cada vez mais incentivo para consumir?
Que diferença tem o açúcar branco e o carboidrato da cocaína? Um é socialmente aceito e outro não, mas ambos viciam e matam. Fala-se tanto em inclusão através da moda plus size, e as discussões nos blogs sobre tema são tão acaloradas. Chegam a ser agressivos com quem pensa de forma diferente. Mas quantos dos que levantam essa bandeira querem realmente ser gordos?
Curar o físico e o emocional destas pessoas, que se empanturram de comida até alcançar 220 kilos, é mais difícil e mais caro. Cuidar de verdade destas pessoas, não dá voto e não enche o bolso das indústrias. E assim seguimos manipulados e em fila pelo túnel da ignorância que pode desembocar na morte. Lembrei agora do filme, O menino do pijama listrado, em que as pessoas em uma espécie de comboio iam para a câmara de gás sem saber que seriam mortas. Quantos morreram no holocausto? Há quem diga que foram 6 milhões. Pois é, a cada 2 anos, estamos perdendo quase isso em decorrência da obesidade.
A diferença é que agora temos acesso à informação e sabemos que estamos, em um instinto de auto-destruição, caminhando para morte. Precisamos nos dar conta disso e assumir a responsabilidade pelo nosso corpo, mas preferimos justificar e ainda nos colocar na posição de vítima.
Eles colocam imagens horríveis na embalagem do cigarro dizendo que o uso é arriscado para a saúde, por que não fazem o mesmo na embalagem do refrigerante que você bebe ou no biscoito recheado que seu filho consome? Imagine aquele fast food famoso com uma placa, CONSUMAM COM MODERAÇÃO? E você ainda vem me dizer que não está sendo enganado e que está tudo bem?
Leia Mais: Últimas descobertas nos motivos químicos da obesidade
Falando um pouco do que pode ser a raiz do problema e de como prevenir a obesidade nos nossos filhos.
Hoje em dia as mães amamentam (quando amamentam) enquanto navegam na internet, falam ao telefone, conversam com a amiga. A fome física/emocional que temos pode ter se originado no período da amamentação, onde não houve troca afetiva suficiente entre mão e filho. O momento da amamentação deve ser preservado, pois além do leite a criança precisa se sentir amada.
Prova disso é o bebê que chora pelo peito quando na verdade não está com fome, mas quer mesmo é estar no colo da mãe. Portanto, parar para amamentar, fazer isso com amor, olhar nos olhos do filho enquanto ele mama é essencial para a criança. Outro aspecto pouco falado é que o metabolismo do ser humano é formado no período da amamentação, o leite materno apresenta hormônios que regulam a saciedade. Muitos casos de compulsão alimentar podem ter tido origem neste período.
É difícil amamentar nos dias de hoje, temos que cuidar da casa, do marido, muitas vezes trabalhar. Faz tanto sentido o fato da obesidade ter aumentando hoje com relação ao que era na época das nossas avós, naquela época as mulheres viviam em função de amamentar. Claro que com a realidade de hoje não conseguirmos ser assim, mas não podemos fazer melhor? Ainda vem a indústria alimentícia como ave de rapina se aproveitar das nossas deficiências sem a mínima preocupação com o ser humano, mas a grande verdade é que de posse da informação, somos responsáveis por mudar e deixamos de ser alvos fáceis de tanta manipulação.
Muito pesado esse tema (literalmente), queria ter algo mais engraçado para trazer hoje, mas tem horas que não dá para ter graça em uma realidade tão perversa.
Se ainda não assistiram, assistam o filme “Super size me – A dieta do palhaço” e reflitam se a bandeira que você está levantando em favor de ser obeso é sua ou é de uma indústria manipuladora que já matou muita gente e vai continuar matando.
Para as futuras mamães, indico o livro, “O que esperar quando você está esperando” de autoria de Arlene Eisenberg, Heidi Murkoff e Sandee Hathaway.
Sobre amamentação, o livro “O guia da amamentação” de Ariane Brand, deve ser lido por todas as mamães. E para a ala dos obesos infelizes com o próprio corpo, indico o livro “Pense Magro – A Dieta Definitiva” de Beck de Judith S. Beck.
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É gordofobia sim. Me cansei no paragrafo sobre plus size. As para quem você diz está escrevendo não precisam andar pelas ruas enroladas em lenções.
Pois é, a verdade é dura, mas só ela q cura!
Estou nesta batalha, desde q parei de fumar e engravidei, somei 30 kg na balança.O preconceito, a discriminação, é real.
Esse negócio vicia mesmo, ao ponto de conseguir parar de fumar, mas não conseguir emagrecer.
ótimo post. Parabéns!