A maioria das pessoas, quando pensa em indivíduos solitários, logo imagina idosos abandonados definhando de tristeza. Entretanto, de acordo com Guy Winch, do portal Psychology Today, um levantamento recente realizado nos EUA sugere que essa associação que muitos fazem entre idade avançada e solidão pode estar equivocada.
Para começar, segundo Guy, a solidão pode ser definida como uma “diferença entre os vínculos sociais que nós temos e aqueles que gostaríamos de ter” e, portanto, se trata de um sentimento totalmente subjetivo — ou seja, ele varia de uma pessoa para outra.
Além disso, o que torna a solidão uma questão tão crítica é o fato de ela oferecer riscos à nossa saúde física e mental, e inclusive afetar a nossa expectativa de vida.
Estudando a solidão
Os cientistas responsáveis pelo levantamento fizeram um estudo sobre a solidão que abrangesse não só a velhice, mas todas as etapas da vida, incluindo aquelas nas quais a sua prevalência e impacto são minimizados. Isso porque, conforme disse Guy, pesquisas anteriores já haviam revelado que, como normalmente associamos a solidão com a idade avançada, os participantes mais jovens muitas vezes não admitem se sentir solitários para os cientistas.
Assim, para driblar esse problema, durante o levantamento — que envolveu a participação de 16 mil pessoas —, em vez de perguntar se os participantes se sentiam solitários, os cientistas mudaram o foco e indagaram com qual frequência eles sentiam falta da companhia dos outros ou se sentiam deixados de lado.
Surpreendentemente — ou não! — os resultados apontaram que a solidão não vai aumentando de forma linear, conforme as pessoas vão se tornando mais velhas. O levantamento revelou ainda que, na realidade, existem picos de solidão em diferentes momentos da vida e apontou que o grupo etário com os níveis de solidão mais altos do estudo foi o dos participantes com menos de 30 anos de idade.
E mais: em vez de o sentimento de solidão crescer gradualmente com a idade, a pesquisa revelou que ele diminuiu ao longo da maturidade e até do início da velhice, apenas aumentando — e se tornando comparável ao nível registrado pelos jovens adultos — por volta dos 80 anos de idade.
Outra questão interessante revelada pelo levantamento foi o fato de os idosos com mais de 80 anos se sentirem solitários devido à perda de seus companheiros — como maridos ou esposas — ou por conta de suas limitações físicas, e não devido à idade. Em outras palavras, a pesquisa apontou que a velhice propriamente dita não oferece riscos nem é um fator determinante para a solidão.
Fonte Original: psychologytoday.com
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