Quando você acorda, todas as manhãs, quais pensamentos se aninham de mansinho na sua cama?
Diante do milagre de poder desfrutar de mais um dia, o que faz você levantar em vez de continuar ali, deitado, inerte à própria vida?
A sua atitude de não permanecer ali, sinaliza a vontade natural de experimentar um novo momento, em que cada célula do seu corpo possa vibrar com o delicioso milagre de poder tocar os pés no chão novamente.
Como você reage a essa jornada singular?
O educador e executivo Srikumar Rao, em Plug into your hard-wired happiness, afirma que, na sua visão, “(…) o sangue canta só de pensar em quem vocês são e no que fazem; que, ao longo do dia, vocês podem, literalmente, ajoelhar-se em gratidão pela grande sorte que lhes foi concedida; que, ao longo do dia, se tornam radiantemente vivos diversas vezes.” E alerta: se sua vida não é assim, você a está desperdiçando, e a vida é muito curta para ser desperdiçada.
Parece simples retórica, mas você dedica a sua vida a ser feliz?
Srikumar Rao acredita que a felicidade é inerente à natureza de cada um de nós. “Vocês não podem não ser felizes.” E sabe por quê? Porque passamos uma vida inteira aprendendo a praticar a infelicidade e isso se tornou um modelo mental a ser seguido, de A a Z.
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O fato é que ninguém se levanta de manhã pensando: tomara que eu sofra o dia inteiro. O que significa que de alguma forma – conscientemente ou não, direta ou indiretamente, no curto ou no longo prazo, seja o que for que façamos, esperamos ou sonhamos –, tudo isto está relacionado a um desejo profundo de bem-estar e felicidade”, explica o monge budista Matthieu Ricard, em The habits of happiness, que é também autor e fotógrafo.
Mas… e que modelo mental é esse que alimentamos?
“Se…” e “então…” são uma fórmula de (quase) sobrevivência e esperança. Se eu fosse solteiro, se eu casasse, se eu fosse promovido, se eu tivesse uma casa, se hoje desse sol, se o professor faltasse, se eu tivesse 18 anos, se eu pudesse acordar mais tarde… aí então… eu poderia eleger mais um “se” para estar mais feliz. Os anos se passam e a única mudança que ocorre é um novo desejo para uma nova gratificação. Sacou? A diferença é… em qual “se” você está focando seu tempo?
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Algum de vocês se lembra de uma vez em que presenciou uma cena de tanta beleza que tenha sido levado a um estado de serenidade? Talvez um arco-íris, uma cordilheira, um vale, o oceano… Já se perguntaram por que isso aconteceu? A razão é que, de alguma forma, por algum motivo, naquele instante, você aceitou o universo exatamente como ele era”, explica Srikumar Rao.
Passamos o tempo lutando para mudarmos a vida que temos. Não a aceitamos como é, em sua plenitude. Isso acontece porque estamos direcionando o olhar apenas para o resultado, e não para o processo. “Por definição, o resultado está fora de nosso controle, e se gastarmos nisso toda nossa energia emocional, nós ficaremos esgotados.”
Quando Dalai Lama esteve em Portugal e viu muitas construções, disse: “Reparem, estão a construir todas estas coisas, mas não seria interessante, também, construirmos algo dentro de nós? Se não for assim, mesmo que estejamos em um apartamento high-tech no centésimo andar de um supermoderno e confortável edifício, se internamente estivermos profundamente infelizes tudo o que vamos procurar é uma janela da qual possamos saltar.”
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Se treinarmos o nosso olhar e o nosso agir, e focarmos naquilo que realmente importa, que é descobrir de forma genuína quais são os nossos próprios desejos, passaremos a investir em passos particularmente mais bem-feitos que a própria expectativa de caminhada.
Como resultado, o mundo se reorganiza, com sutileza e maestria, para acomodar a nova pessoa que estamos nos tornando. Ou então, aquela que, secretamente, sempre este ali esperando para desabrochar assim que os pés tocassem o chão durante a manhã.
(Autora: Carla Cabral)
(Fonte: felizvidalivre.com)
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