Você não é um encontro qualquer, nunca foi. Tudo bem que ninguém consegue planejar conhecer alguém que desperte algo real, algo que deixe saudades mas, com você, aconteceu. Porque a sua companhia me ensina, diariamente, o que significa tratar outro coração com reciprocidade e também sobre não mendigar afetos.

Contatinho algum tem disponibilidade para imaginar uma relação na qual os envolvidos são dispostos para sentimentos e experiências parceiras. É ficar do lado quando a outra pessoa não estiver se sentindo bem, seja pelo motivo que for. É deixar claro, através de gestos e respeitos, que você quer construir um presente verdadeiro e um futuro possível. É se preocupar em não deixar uma toalha no chão ou no carinho de preparar um jantar favorito. Em resumo, são todas essas pequenas delicadezas do amor.

Você não é um sexo casual, nunca foi. A intimidade que você soma comigo passa bem longe do instantâneo que se vive com um contatinho. Antes de existir o nós, pode até ser que, no auge da carência ou da pura vontade de gozar, um sorriso antigo tenha resolvido. Mas, para quem hoje tem a sorte de vivenciar a sintonia e a entrega de quem demonstra interesse em conhecer todos os caminhos do seu corpo, é essa excitação que você perde o fôlego, que você não esquece. Em resumo, é um conjunto de grandes dimensões do amor.

Acredite, nenhum contatinho conhecido ou desconhecido é capaz de transformar uma intenção em intensidade. São diferentes sinceridades. E é justamente por isso que, após tantos desencontros, o nosso amor prova-se cada vez mais raro e difícil de ser desfeito.

Mas é honesto confessar, é urgente te mostrar – em todos os segundos, por todos os dias, que você não é um contatinho, você é pra valer.

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Cidadão do mundo com raízes no Rio de Janeiro. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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