Entregar um trabalho perfeito é o sonho de todo trabalhador. Todos nós saímos de casa para deixar uma marca positiva através dos trabalhos que realizamos. Entretanto, quando o excesso de zelo ultrapassa os limites, o resultado pode ser exatamente o contrário do que se busca.
O grande vilão do perfeccionismo é o crítico interno. Pessoas exigentes demais possuem um crítico interno muito grande. Não toleram erros alheios, e principalmente, não sabem lidar com os próprios erros. Por conta do medo de errar tornam-se pessoas tensas, rígidas, estressadas, sobrecarregam-se de trabalho e acabam adotando padrões negativos de comportamento.
O crítico interno faz com que a visão sobre os detalhes aumente ao mesmo tempo em que afunila a visão global do processo. Conheça alguns sinais que mostram se você é exigente demais:
• Atrasos na entrega de trabalhos: a atenção demasiada nos detalhes faz com que o perfeccionista perca a noção de tempo.
• Sente-se sobrecarregado de trabalho: o perfeccionista sempre acha que o tempo nunca é suficiente para a quantidade de tarefas que tem a cumprir. É comum permanecer além do horário para terminar tarefas não cumpridas durante o expediente.
• Sente-se estressado: sente dificuldade em “desligar” das atividades da empresa. Mesmo quando está em casa seus pensamentos não param de repassar tarefas que ainda precisam ser cumpridas. O pensamento ansioso (preocupado com o futuro) gera estresse, e o estresse leva à irritação. É comum ver o perfeccionista reclamando de tudo e de todos.
• Leva trabalho para casa: o perfeccionista não reclama de levar trabalho para casa. Aliás, para ele é uma prática comum. Para o perfeccionista, o mais importante é entregar um bom resultado não importa quanto tempo leve e esforço precise dispender para isso.
• Tem dificuldade para delegar tarefas: o perfeccionista tem dificuldade em trabalhar em equipe porque não confia na forma como o colega fará o trabalho. Para ele, ninguém conseguirá executar o trabalho melhor do que ele. Por essa razão, não delega tarefas mesmo quando está sobrecarregado. Além disso, como também é bastante crítico, tem o hábito de criticar a ideia dos colegas, o que reforça a atitude de que seu modo particular de trabalho é superior ao dos colegas.
• Tempo de lazer prejudicado: é comum o perfeccionista roubar o tempo da família e dos amigos para se dedicar ao trabalho. Seu crítico interno não permite que ele simplesmente relaxe. Relaxar para ele significa ser desleixado. Tem a crença errônea de que se relaxar, irá ficar tão folgado que não conseguirá trabalhar com o mesmo afinco.
Se você se identificou com pelo menos 3 pontos, então veja algumas dicas para diminuir o crítico interno a aumentar a qualidade de vida no trabalho:
1. Perdoe a si mesmo: o perfeccionista tem muita dificuldade para lidar com erros. Entretanto, errar é humano e, muitas vezes, o aprendizado vem dos erros. Perdoar a si mesmo é a principal virtude que deve ser desenvolvida pelo perfeccionista. Perdoar significa reconhecer que é humano e não deixar de amar a si próprio por isso. Nunca diga “que burro que eu fui” quando cometer algum erro. Ao invés disso, pergunte-se “Que lição posso tirar dessa experiência?”. Se não aprender a perdoar a si mesmo, jamais conseguirá perdoar os erros dos colegas, e jamais chegará trabalhar em equipe e, muito menos ser um bom líder.
2. Planeje o trabalho com visão global, depois afunile: o perfeccionista não é prático, ele é detalhista. Por isso deve desenvolver a praticidade. Ao planejar, tenha clara sua meta final. Calcule quanto tempo tem para entregar o trabalho. Depois, divida em pequenas tarefas estabelecendo prazos para cada etapa. Cumpra cada etapa de forma geral e só depois olhe os detalhes.
3. Aprenda a delegar: delegar não significa “largar” o trabalho para alguém. Ao delegar a responsabilidade sobre a tarefa continua sendo sua. Por isso, procure delegar tarefas mais operacionais porque são mais fáceis de supervisionar e ensinar. Discuta com seu colega a melhor forma de executar a tarefa e deixe claro até que ponto vai a autonomia. A delegação ajuda a desenvolver a confiança no outro e também a aceitação e valorização da ideia do outro.
4. Tenha tempo para você: qualquer coisa em excesso é prejudicial. Não há como executar um bom trabalho se você se sente exausto e sobrecarregado de trabalho. Aprenda a relaxar e sentir prazer no que faz. O bom trabalho deve ser feito com alegria e não como se alguém estivesse apontando uma arma contra a sua cabeça. Trabalhar sob pressão não é positivo, ainda mais quando a pressão vem, principalmente, de você mesmo.
(Autora: Meiry Kamia – Psicóloga)
(Fonte: versatilcomunicacao.com.br )
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