Quando você se olha no espelho ou nas fotos, ainda se reconhece?

Você ainda vê nos seus olhos aquele brilho que possuía na infância ou na juventude, aquela certeza de que algo muito bom estava por vir, aquela confiança de que iria ser tudo o que desejasse e aquela esperança de um mundo melhor?

Você ainda enxerga no seu semblante aquela inocência de quem ainda não se corrompeu por um mundo fora do prumo, aquela confiança de quem crê em uma força superior e divina, aquela serenidade que apenas as pessoas de fé possuem?

Você consegue perceber no seu sorriso aquela malícia gostosa de quem tem tesão pela vida, de quem está cheio de planos, de quem se empolga com os acontecimentos?

Você consegue sentir naquela sua imagem refletida uma paixão por si mesmo, um senso de autovalorização e autodefesa, um sentimento de quem pode construir todas as oportunidades que quiser, um amor por estar vivo?

Ou você se olha vê uma pessoa que mais parece um estranho, com um semblante cansando, um ar de desilusão, uma falta de energia vital ou um sentimento de indiferença por tudo?

Se você não se reconhece, precisa parar para pensar. O quanto antes. Precisa analisar em que esquina da vida começou a deixar pedaços de si pelo caminho. Por qual razão parou de acreditar, veementemente, na sua verdade, e a defendê-la com unhas e dentes.

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Necessita verificar que pessoas, eventualmente, você permitiu que lhe demovessem da ideia de ser você mesmo, de investir tempo e energia para ser tudo o que sempre sonhou.

Carece observar com que fundamento passou a acreditar que é necessário bastante dinheiro para viver bem, que estabilidade é essencial, que precisa responder ao que “a sociedade” espera de você.

Aonde foi que viu que “agora é tarde demais”, que há um tempo certo para as decisões na vida, que precisa se importar com o que os outros vão pensar.

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Se você não se identifica bem com a pessoa que é hoje, é preciso parar. Logo. Enquanto é tempo. Enquanto há vida. Reavaliar a sua caminhada. Rever as rotas. Ajustar o prumo. Tentar novas opções. Arriscar-se, enfim.

Porque, no fim das contas, o que vai ter valido a pena é o que fez o seu coração vibrar.

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Servidora pública de profissão, escritora de coração. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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