Uma vida digna é uma vida com muito trabalho. Existem muitas pessoas que acreditam nessa afirmação, entretanto em nossa sociedade o culto pelo TER ganha muito mais destaque do que a importância do SER.
Pelo menos é o que afirma a psicanalista do Fãs da Psicanálise, Natthalia Paccola. “Chegar ao extremo de viver apenas para trabalhar não é algo digno. Há muita vida além do âmbito profissional e por mais que uma pessoa goste do seu trabalho, é preciso ter momentos em família, diversão, amizades e horas livres”.
O que acontece, diz a psicanalista, é do trabalho servir como fuga. Ela explica: “muitas vezes a vida dentro de casa, com o marido/esposa e filhos não é algo agradável, então se coloca mais energia no trabalho e o sujeito passa a preferir estar longe de casa do que conviver com as dificuldades que encontra quando chega no lar”.
Há outras situações, pondera Natthalia Paccola. Existem também pessoas que na busca desenfreada por bens de consumo cada vez mais atuais e com maior valor agregado, parecem viver exclusivamente para trabalhar, em vez de trabalhar para viver.
“É maravilhoso quando a vida pessoal está em harmonia com a vida profissional, esse é o ponto que todos deveríamos ter como objetivo“, Natthalia Paccola.
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Parece que a vida social acaba sendo anulada, o trabalho de trabalhar em demasia domina as atividades e pensamentos do dia e da noite, bem como acumulado todos os problemas que rodeiam esse status.
Tudo isso resulta no papel social do indivíduo e a saúde mental ou emocional parece ser ignorada. Sofrer pelo vício no trabalho tem sérias consequências: a vida social desaparece, surgem problemas musculares e digestivos, problemas psicológicos…
As consequências mais graves estão nas relações familiares prejudicadas, na tendência ao isolamento, no mau humor, na falta de interesse em relacionamentos interpessoais, dentre muitos outros. Além disso, pode-se observar consumo abusivo de álcool e cigarro.
O vício no trabalho é uma realidade, é um distúrbio, um desequilíbrio, algo que muitos podem sofrer sem perceber, acreditando que estão agindo de maneira normal.
É difícil determinar quem é mais vulnerável a sofrer com esse mal, por isso a coisa mais importante a ser resolvida é que o sofredor se conscientize e reconheça seu distúrbio.
Esse é o primeiro passo. Depois, é prudente buscar ajuda na psicoterapia – o que fortalecerá a autoestima para que se compreenda que a vida é permeada de belezas que vão além daquilo que podemos Ter através do consumo e que vale a pena investir no Ser.
*Texto escrito com exclusividade para o site Fãs da Psicanálise. É proibida a divulgação deste material em páginas comerciais, seja em forma de texto, vídeo ou imagem, mesmo com os devidos créditos.
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