Tem sido dito que comprometer a paz é um preço caro demais a se pagar por algo. E é mesmo. Nada pode valer esse preço. Nenhuma energia se preserva, nenhum sorriso se mantém se a paz interior deixar de existir.

Não foi à toa que Platão declarou que “a paz do coração é o paraíso dos homens.” Não poderia estar melhor situado na vida aquele que vive em paz consigo mesmo; não há lugar mais agradável para se estar.

Não se pode descansar, nem ter tranquilidade, se não há paz por dentro. Não há sequer a possibilidade de amar, se o coração não se encontra em estado de paz. Assim como a saúde é valiosa para o corpo, a paz na alma é um bem extremamente precioso.

Precisamos saber selecionar as batalhas que enfrentaremos. Nenhum conflito deve custar tanto; nenhuma discussão e nenhuma reivindicação devem abrir guerra dentro de nós, principalmente se for uma guerra duradoura. Menos ainda se tender a ser permanente. Embora seja preciso dizer que muitas lutas são inevitáveis, após o embate a serenidade traz bandeiras brancas a serem acenadas dentro do peito.

Mas esse conceito não é tão somente sobre a paz no mundo, no trânsito, do lado de fora. É menos amplo que os versos da música Imagine, mas não menos importante.

A humanidade só viverá em paz nas ruas, se algo já estiver sendo cultivado dentro, em cada um de nós. Não seria contraditório dizer que a paz interior é sem fronteiras, porque ela pode gerar uma onda que vai muito além dos nossos contornos físicos.

Paz principal e de boa qualidade é a que está no interior de cada um, numa nascente interna que, dependendo da abundância, acaba jorrando para a vida de outras pessoas.

Afinal, não passa despercebida a calma no olhar de quem prefere pacificar que confrontar; torna-se perceptível, quase palpável e é bonito de se ver e sobretudo, de se conviver.

Há quem se valha da ideia de que estar em paz é melhor que ter razão. Talvez seja esse um comportamento eficaz e interessante de ser adotado. Da paz procede toda calma necessária para apreciar a vida da melhor forma possível.

A filosofia zen aconselha: “Viva com paz na alma. O tempo virá e as flores vão florescer sozinhas.” Saibamos manter a calma, retirar a pressa e olhar para o que estamos alimentando dentro de nós. É certo que nada pode ser mais prazeroso que viver com a alma leve e em paz.

Que a paz esteja dentro de você. E ao seu arredor!

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Administradora por profissão, decidiu administrar a própria casa e o cuidado com suas duas filhas, frutos de um casamento feliz. Observadora do comportamento alheio, usa a escrita como forma de expressar as interpretações que faz do mundo à sua volta. Mantém acessa a esperança nas pessoas e em dias melhores, sempre! É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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