Comportamento

A verdade por trás de uma pessoa fria

Observar o que leva as pessoas a ser quem são é uma das coisas mais curiosas da vida, e eu sempre gostei de matar meu tempo com isso. Na maioria das vezes não encontro qualquer resposta: O chato é chato porque gosta de sê-lo e ponto final. Algumas coisas simplesmente são, e não se pode querer mudá-las ou mesmo compreendê-las.

Vez ou outra esse tipo de reflexão sem sentido me leva a algum lugar, como, por exemplo, enxergar a autodefesa por detrás da arrogância e a solidão por detrás da frieza. Eu não me canso de repetir: autossuficiência é afrodisíaca. Nós gostamos de estar perto de pessoas que se bastam. Agem como se não precisassem de nada nem ninguém, e isso é fascinante.

É preciso, entretanto, enxergar além: ninguém é tão autossuficiente a ponto de não precisar de amor. O amor não é dispensável nem pelo mais autêntico dos seres. Todos nós dependemos dele. Não importa se você não gosta de abraços ou declarações: Existem muitas formas de amor, inclusive as omissas, e você, decerto, precisa de alguma delas.

A verdade por detrás da frieza é uma necessidade descomunal de amor. Uma necessidade tão grande que não consegue se revelar – fica subentendida, por medo de represálias. Por medo de não saber como manifestar-se. Por medo, na verdade, de perder de uma vez só, perde-se aos pouquinhos. A frieza é a autodefesa da necessidade exagerada.

É difícil e até arriscado falar com tanto desprendimento dos sentimentos alheios – ou da falta deles. Mas é fácil reparar: Pessoas frias não sofrem da ausência de sentimentos. Elas apenas os suprimem, os guardam tão bem guardados que não conseguem compartilhá-los. E, em meio à falta de habilidade para sentir e amar, vem a solidão. Solidão que essas pessoas fazem questão de degustar – preferem o inferno da abstinência de amor, a terem que livrar-se de suas armaduras, de seus medos, de seus escudos, tamanha a dor que o desabrochar dos sentimentos lhes causa.

Frieza não é falta e nem ausência. É excesso: de amor e de intensidade. A frieza só espera um abraço espontâneo, um sentimento que transborde pelos olhos e não precise de palavras, para que possa permanecer ali – intacto – em uma redoma de monossílabos vestidos de medo, sem que se tenha que pagar o preço com a solidão dos que pensam que não sabem amar. Mas sabem. Acredite – Eles sabem.

(Autora: Nathalí Macedo)

(Fonte: entendaoshomens.com.br)

*Texto publicado com a autorização do site original.

Fãs da Psicanálise

A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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  • Eu já recebi isso, e aprendi que a pessoa se bloqueia já em sua infância. É preciso aprender a ler os sinais, ir quebrando o gelo, criando vinculos sólidos, paciência e persistência são as chaves para compreender uma pessoa "fria"

  • Eu sou uma pessoa fria e não acho que seja exatamente assim comigo, mas tem um pouco de mim nesse texto

  • Não creio que prefiram a solidão e abstinência de amor. Acho que o sofrimento e a dor de decepções passadas fazem com que essas pessoas não consigam sair de seus casulos, por mais que queiram se entregar ao amor. Concordo que precisam e anseiam por um abraço espontâneo.
    Não sou uma pessoa fria, ainda. A vida tem me espancado tanto que é apenas uma questão de tempo para que me proteja atrás de uma máscara.

  • me descreve este texto,, falo sempre pra minha psicóloga que eu vesti uma armadura da qual não consigo me livrar, quando me abraçam não consigo retribuir com outro abraço o meu fica forçado, não sei beijar ninguem da minha familia espontaneamente quando meus filhos me magoam simplismente me fecho como se fosse uma ostra , não consigo falar palavras de amor , mas eu amo sei que amo , não gostaria de ser assim mas sou .

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