Disseminação do remédio entre estudantes e concurseiros levanta a polêmica sobre efeitos colaterais.
O uso indiscriminado de Ritalina por vestibulandos, concurseiros e jovens aficionados em games tem preocupado pais, psicólogos e autoridades sanitárias. Recomendado nos casos de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a disseminação da substância para aumentar o desempenho mental revela um problema cultural e social que vem se ampliando no país.
A médica Carmen Baldisserotto, do núcleo de psiquiatria do Hospital Moinhos de Vento de Porto Alegre, destaca que o metilfenidato, princípio ativo da Ritalina, ajuda a lidar com o problema de falta de atenção em pessoas com diagnóstico de TDAH, pois aumenta a atividade dos neurônios na região do cérebro ligada à concentração e outras funções. “Trata-se de um estimulante do Sistema Nervoso Central que tem estrutura e efeito psicoativo semelhante às anfetaminas”, adverte.
Carmen esclarece que o produto tem sido usado por pessoas saudáveis, estudantes que buscam melhor desempenho intelectual e cognitivo em provas e concursos, popularizando-se assim a prática de “doping mental”. “Quando a pessoa saudável está sob efeito da medicação, por se tratar de uma droga estimulante do Sistema Nervoso Central, ela fica mais acordada e tem uma sensação subjetiva de um bem-estar maior e de parecer estar produzindo mais”, diz.
O psiquiatra Thiago Gatti Pianca destaca que o fármaco tem a propriedade de melhorar a atenção dos pacientes hiperativos, mas tem sido usado sem indicação médica para potencializar o desempenho nos estudos. “Há quem advogue a favor e contra o uso de Ritalina para aumentar o desempenho em atividades intelectuais, mas aqui entra um viés ético que nos faz refletir sobre as supostas vantagens de alguns candidatos sobre outros em relação aos efeitos do produto”.
O especialista entende que as pessoas queiram manter-se acordadas por períodos mais longos, mas é preciso avaliar o custo disso para a saúde. “Qualquer medicação apresenta efeitos colaterais e Ritalina não foge à regra”, afirma o psiquiatra. Sobre a eventual dependência química, Pianca diz que Ritalina tem potencial para isso, principalmente quando seu uso é indiscriminado e é misturada a outros remédios e álcool, algo muito nocivo ao organismo.
A psicóloga clínica e perita forense Simone Lemes lamenta que o uso de Ritalina tenha se banalizado a ponto de as pessoas perderem a noção do uso clínico do remédio. “Os estudantes acreditam que terão melhor desempenho e a usam sem consultar um especialista. Cada um deve acreditar nas suas potencialidades, deixando de recorrer a comprimidos para resolver problemas. Existe um público que a usa de maneira descontrolada, caindo assim no grupo da “Indústria da Ritalina”, lamenta.
(Autor: Luiz Tósca)
(Fonte: http://www.correiodopovo.com.br)
Por falta de ética tanto dos médicos que receitam indiscriminadamente e do que não fiscalizam esses médicos os verdadeiros pacientes que precisam de verdade do medicamento sofrem para consegui-lo.
A industria farmacêutica agradecem aos médicos sem ética que prescrevem indiscriminadamente !
Sempre vejo matéria semelhantes a essa, sobre o uso indiscriminado, etc. Mas nunca são claros quanto aos efeitos colaterais da ritalina, Parece que nas matérias os profissionais vão abordar o tema, mas é um breve comentário sem especificar quais são esses efeitos, porque a preocupação?
Acho que nao tem nada a ver,quantS pessoas no fim de semana bebem a cervejinha pra descontrsir? Agora falar de uma dubstancia q e menos nociva q o alcool e que gera a produçao mais otimizada ja que o mundo necessita disso ,achonwue é hipocrisia