Quando seu filho estiver triste, lembre-se de que a tristeza é um sentimento natural e saudável para o desenvolvimento emocional da criança. Você se preocupa com o bem estar de seu filho, pode se perguntar o que fazer.
Todos nós já nos sentimos tristes em algum momento, algumas vezes uma tristeza leve, outras vezes quase insuportável. Se pudermos estar disponíveis para ouvir sem julgar como apropriado ou não aquilo que motivou a tristeza de nossos filhos, se nos permitirmos apenas escutar, sem precisar concordar ou discordar, é bem possível que a criança se sinta melhor apenas pela sensação de ter sido ouvida e compreendida.
Crianças pequenas podem não conseguir verbalizar seus sentimentos, portanto, podemos experimentar verbalizar por eles, mesmo se ainda falam pouco, pois elas entendem mais do que imaginamos. Elas podem também se sentir compreendidas com um abraço e um carinho.
É difícil ver um filho triste, sentimo-nos tristes também, queremos que passe logo, queremos ve-los sorrir. Tentar camuflar a tristeza e fazer com que desapareça logo não ajuda, e na verdade, pode aumentar o sentimento, que em vez de ser expresso e se transformar, apenas terá sido abafado e pode reaparecer depois de outra forma, talvez até mais intensa.
Portanto, precisamos encontrar uma forma de termos empatia com o sentimento dos filhos, ensiná-los a lidar com este sentimento, a expressar isto. Isto é influenciado pelo quanto sabemos, ou não, lidar com nossa própria tristeza. Todos precisam de tempo para elaborar suas frustrações, suas dificuldades.
Se tentamos distrair nosso filho, podemos atrapalhar um pouco o seu processo, porque a criança entende que seus sentimentos nos incomodam. Deixemos que nossos filhos elaborem ao seu modo sua tristeza, deixemos que eles busquem seus próprios recursos também, afinal, a tristeza é um sentimento fundamental para todos os seres humanos.
A tristeza tem lugar no corpo. Todos sentimentos se expressam de alguma forma em nosso corpo.
Você deve conhecer as sensações no corpo quando está se sentindo triste. Procure se lembrar de um momento em que esteve triste, e logo você vai se lembrar de como eram as sensações no corpo.
Quando nos sentimos triste, tudo parece sem graça, é como se o mundo ficasse todo cinza, não temos desejo de fazer quase nada, o coração bate devagar, o peito respira muito pesarosamente.
Sentimos mais frio também, parece que o mundo todo é gelado!
Quando a tristeza é profunda, temos vontade de dormir o tempo todo, ficar debaixo do cobertor, sem falar com ninguém e deixar todos os compromissos para lá. Algumas vezes realmente não conseguimos fazer diferente. A tristeza intensa deixa o corpo sem vida, frio, com pouca energia, hibernamos.
E então, o corpo encontra um jeito de expressar tudo isto que sente. As lágrimas são a forma do corpo extravazar a tristeza. Chorar é bom, muito bom para lavar a tristeza do corpo, diga ao seu filho para chorar mesmo, se sentir vontade chore com ele, e neste momento, um abraço apertado pode ser muito melhor do que qualquer palavra.
Quando choramos podemos sentir o peito soluçar e transtornar um pouco a respiração, os olhos incham, e podemos sentir o rosto e o peito quentes. O corpo que antes estava frio por estar triste, ao chorar e expressar sua dor, pode então se aquecer novamente. Em geral, após o choro, nos sentimos melhores, sentimos algum alívio. Não nos cabe como adultos julgar os sentimentos infantis, pois todo sentimento tem seu valor, independente de suas razões. Isso não quer dizer que somos permissivos. E mesmo que aconteça de julgarmos inapropriada a razão do choro, se pudermos evitar as repreensões quando a criança estiver chorando, a ajudaremos a sentir que seus sentimentos são válidos e que podem ser expressos.
Crescemos ouvindo muitos comentários sobre choro que dificultam a expressão dele. Homens não choram. Engula esse choro e faça o que eu mando! Chorar é feio! Talvez você se lembre de ter ouvido alguns desses comentários na sua infância. Como lembrar disso te faz sentir? Quando era criança e se sentiu triste, com vontade de chorar, provavelmente você desejou ser acalentado, ouvido, ou simplesmente ter recebido um abraço e um carinho.
Se puder se lembrar de como se sentia quando criança, talvez isto facilite ao ajudar seu filho e a perceber o que pode ser a necessidade dele naquele momento, e não apenas a sua, enquanto adulto. E então, encontrar uma forma de se comunicar com ele que possa acolher ambas as necessidades, observando o que é realmente prioridade naquele momento. Esteja com seu filho. Respire, perceba como a tristeza dele te afeta. Lembre-se do que uma criança pode precisar neste momento para expressar sua tristeza, conforme tudo o que exploramos aqui.
Você pode deixar as críticas passarem por você, por sua mente, e não escutá-las. Deixe-as virem e irem embora, continue presente com seu filho e suas emoções, buscando observar suas necessidades, sem julgamentos. A palavra-chave é conexão.
(Autora: Flavia Penido/ Colaboração de Josie Zecchinelli)
(Fonte: maternidadeconsciente.com.br)
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Muito bom o texto, escrito de forma sintética e direta ao pais ou a quem quer ler sobre este assunto. Texto gosto de ler e compreender. Obrigada pelos esclarecimentos.
Muito bom o texto!
E como fazer quando essa " tarefa" é direcionada ao Professor??? Quando os pais passa a responsabilidade para a escola???
A partir de que idade podemos relacionar essas questões? Digo, uma criança de três anos já pode ser difícil ou apenas levada?
Muito proveitoso esse tema,gostei mesmo vai me ajudar bastante a lidar com uma das minhas filhas,ela é muito ansiosa,uma criança que parece estar além da sua idade,tendo somente 5 anos, e tem necessidade do amanha hoje.Um texto sucinto mas com um enorme conteúdo.