Bom, tendo em vista o título deste artigo, sua mente deve estar muito confusa sobre o que está havendo, mas vem cá que a gente vai bater um papo sobre esse assunto que nos arranca a paz e o sono.
Vivemos tempos difíceis onde ninguém diz coisa com coisa, e isso nos força a ler textinhos de internet na expectativa de ter uma certeza sobre o que está rolando (ou não).
Hoje tudo é difícil, principalmente se o bendito sentimento estiver em jogo. Sucumbimos à pressão de uma juventude desapegada, e assim nos forçamos a repetir para si próprios um mantra que diz ser perda de tempo realmente gostar de alguém.
Estamos tão acostumados a coisas rasas, sem o mínimo comprometimento de nenhum dos lados, que quando nos deparamos com a possibilidade de algo ir além de alguns encontros, logo damos jeito de enfiar goela abaixo a receita do afastamento, e dia pós dia, vamos abrindo mão do outro, do que poderíamos ter vivido e principalmente de nós mesmos, porque quando partimos sem dizer à uma pessoa o quanto ela importa, automaticamente escolhemos fechar a porta na nossa própria cara, anulando toda e qualquer possibilidade de fazer dar certo.
E nesse jogo de desapego, todo mundo sai perdendo. Está enraizada em nós a ideia do ‘pega, mas não se apega’ ao ponto de nos proibirmos dar um passo adiante. Um não se declara por medo de não ser recíproco, e acaba por impedir o outro de dizer que gostaria de ficar mais um pouco.
Se num lado da balança pesa a saudade, do outro pesam ainda mais os contatinhos que não devem ser perdidos, afinal, vai que você deixa todo mundo de lado pra ficar com uma só pessoa e depois acaba sozinh@, não é mesmo? E com isso, ambos os lados se sujeitam a pequenas migalhas de afeto que só servem para nutrir o ego e alimentar a carne, enquanto a alma passa fome com a escassez de um amor feito e servido na mesma hora.
Então me diga, como saber o que se passa na cabeça do/da crush sem correr o risco de se declarar e a pessoa fugir sem deixar pistas? Não bastasse o medo de amar, agora enfrentamos também o medo de amor.
Já não nos permitimos mais nada, nem mesmo ser amados. Misturamos um café bem forte ao pensamento de que a pessoa não merece sofrer, adicionamos umas boas gotas de auto sabotagem e pronto! Uma senhora insônia pela saudade daquilo que não foi vivido (e que também não será).
Vivemos tempos difíceis! Como é chata essa coisa de ficar adivinhando o que a outra pessoa quer, e insuportável essa necessidade de medir palavras para que nada seja entendido como sentimento e venha a acabar. Não existe porre maior que os joguinhos mentais criados por nós. Não pode responder na hora, não pode deixar a visualização ativa, não pode conversar todo dia, mas perder pessoas incríveis por atitudes ridículas, pode! Aí tá tudo certo.
Não existe uma fórmula que resolva a equação do coração da outra pessoa e te dê o resultado exato sobre como se deve proceder durante a conquista, até porque cada um é único em si e em sua maneira de encarar a vida e suas relações, mas uma coisa é certa e absoluta: se uma pessoa quiser estar com você, ela estará.
Quando alguém se dispõe a fazer as coisas darem certo, é perceptível, porque não há mais joguinhos, ou meias palavras e muito menos indiferenças. Nenhuma distância é grande demais para quem quer estar com você, mas 10 minutos de carro se tornam uma eternidade para quem na verdade só está ali por não ter outra opção.
E Marília canta que “não receber mensagem também é mensagem”, porque essa é uma bruta de uma verdade dessas bem difíceis de engolir. Se apenas um lado puxa assunto, é porque na verdade não há assunto, apenas monólogos que se arrastam devido as circunstâncias.
Se uma pessoa gosta de estar com você, então ela vai fazer tudo o que puder para que você também goste de estar com ela. Porém, se não há esforço para que qualquer encontro aconteça, sinto muito, mas preciso dizer: pare de empurrar com a barriga uma situação que estaria correndo com as próprias pernas se assim o quisesse.
A real é que uma pessoa interessada te deixa saber o quanto é interessante, mas uma desinteressada, vai dar a atenção a qualquer coisa, menos a você. Se numa relação (seja ela qual for) falta a bendita consideração, quem dirá o restante.
Não é possível dizer o que uma pessoa fará por amor, mas é fácil saber o que ela não fará. E alguém que se importa com você não vai te desprezar, desmerecer ou desmotivar. E se por um deslize pisar fora da linha, ela não hesitará em dedicar a você alguns minutos se redimindo. Quem sabe do seu valor não vai te tratar abaixo do que você merece.
Alguém que te escolheu e que acolheu no peito não terá dificuldade em aprender sobre o seu jeito, nem em se dar conta do quanto você é especial, e muito menos em te deixar perceber isso. Se as coisas estão acontecendo de maneira contrária, então talvez seja hora de ponderar o que você quer para si e o que quer para o outro também.
É muito bom escolher alguém, mas é ainda melhor também ser escolhido. Quer saber se seu sentimento é correspondido? Então veja o quanto você se esforça na busca pelo coração dessa pessoa, e o quanto ela se esforça na busca pelo seu. Talvez o resultado não seja o esperado, mas com certeza ele é o real.
Se apaixone sim, sem medo do apego, mas não esqueça de sempre ter em mente que, se uma pessoa quiser estar com você, ela simplesmente estará, sem que seja preciso você organizar uma festa à fantasia e mandar uma limusine buscá-la na porta da casa com um tapete vermelho estendido, implorando pra que ela vá.
É simples; quem quer não pensa para fazer. Mas quem não quer, não pensa em fazer. Então, aceite suas próprias condições sabendo que a vida é essa caixinha de surpresas, e que algumas delas são um pouco menos divertidas que as outras, mas nunca – em hipótese alguma – menos válidas, principalmente as de amor.
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