Posso não saber tudo o que eu quero ainda para a minha vida – sei que é muito coisa! -, mas sei exatamente o que eu não quero:
Eu não quero que os meus desencantos com o mundo me tornem uma pessoa triste e apagada.
Eu não quero que o não realizar de alguns sonhos me deixe desmotiva e sem esperanças.
Eu não quero que a rotina me torne “automatizada” e me cegue para as maravilhosas simplicidades da vida.
Eu não quero ser aquela pessoa amargurada que repele as outras pessoas apenas com o seu olhar mal-humorado.
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Eu não quero ser aquela pessoa sempre aflita em razão dos graves problemas mundiais, tais como a fome, as guerras e a violência disseminada.
Eu não quero ser aquela pessoa “carregada” por absorver as energias negativas dos outros e se angustiar demais com as dores e mazelas alheias.
Eu não quero ser aquela companheira paranoica com a possibilidade de ser traída, passando a vida a desconfiar de cada olhar do parceiro e vigiar cada um dos seus atos.
Eu não quero ser aquela mãe que transfere para os filhos as suas frustrações com a vida, sendo rude desnecessariamente, ou não suficientemente amorosa.
Eu não quero ser aquela pessoa esgotada emocionalmente e sem energia para nada por não se dar a atenção e reservar o tempo que, induvidosamente, merece só para si.
Eu não quero ser aquela pessoa frustrada por dar demais aos outros e se colocar sempre em segundo (ou terceiro, ou quarto) plano, não sabendo impor limites de forma a se preservar.
Mas também não quero ser aquela pessoa que olha apenas para o próprio umbigo, não sabendo o que é empatia e não tentando contribuir, de alguma forma, com a construção de um mundo melhor para todos.
Eu não quero ser “saco de pancada” de quem quer que seja, sendo aberta demais a ponto de receber todo o “lixo psíquico” alheio.
Eu não quero ser aquela pessoa que não tem amigos de verdade por sempre desconfiar das intenções alheias.
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Eu não quero ser aquela pessoa comedida em tudo, guardando amor, dinheiro e alegria para serem gastos no futuro, talvez quando não tiver mais condições.
Eu não quero ser aquela pessoa lembrada por ser arrogante e convencida, que se sente superior aos outros.
Mas também não quero ser aquela pessoa que abaixou a cabeça para todo mundo, por achar que os outros sempre eram melhores e mais merecedores.
Eu não quero ser aquela pessoa que se arrependerá, no futuro, pelo que não fez porque teve medo de dizer “não é isso o que eu quero”, teve vergonha de ousar, não se jogou de cabeça naquilo que a sua intuição apontava.
Eu não quero ser aquela pessoa que vive pensando no “e se…”, cogitando outras hipóteses para tudo o que já passou.
E também não quero ser aquela pessoa que não vive o presente por estar sempre ansiosa com o futuro, por tudo o que pode vir a acontecer.
Eu não quero ser aquela pessoa que se acomoda em uma vida medíocre e não realizadora, por crer ser mais estável ou por ficar preocupada com o que os outros vão achar.
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Eu não quero ser aquela pessoa que deixa a oportunidade de viver um grande amor passar batido, por temer se arrepender depois se não der certo para sempre.
Eu não quero ser aquela pessoa sem paixão, sem tesão, sem entusiasmo pela vida, acomodada em uma felicidade de faz de conta.
Eu, definitivamente, não quero ser aquela pessoa que chegou ao fim da sua vida e percebeu que não teve coragem de arriscar o necessário para promover as mudanças que a tornariam plena e realizada.
E, por não querer nada disso, é preciso parar de deixar para depois a necessária reanálise da vida e a efetiva definição das atitudes a serem tomadas, para ontem…
Afinal, quem garantirá que amanhã ainda haverá tempo?