Você já parou para pensar da onde vem essa dor que não lhe deixa em paz? Essa dor que não passa muitos dias sem dar as caras, que aparece nos momentos mais improváveis, que surge sem um motivo específico? Essa dor que não pede licença, que te tira do prumo, que consome as tuas energias?

Muitas vezes, por sermos sensíveis demais, acabamos captando a dor alheia. A dor de um planeta de terceira dimensão, que abriga seres em evolução, que passam diariamente por provas e que, muitas vezes, não conseguem ter a consciência necessária e acabam se desvirtuando. A dor de um planeta que, propositalmente, é denso e cheio de contrariedades.

Ocorre que, se não despertarmos para essa realidade, ficaremos imersos nessa nuvem escura de sofrimento. Esse sofrimento que não é nosso, e que só nos faz mal.

Precisamos ter consciência que, ao sentirmos a dor alheia, não estamos ajudando o outro. Pelo contrário, estamos nos afundando também. A empatia positiva é a que te permite se colocar no lugar do outro e entender a sua situação para ajudá-lo. E o ajudaremos sendo luz, iluminando a realidade e não penetrando com ele na escuridão.

É imprescindível compreender que cada um tem o seu caminho, o seu livre arbítrio e os seus resgates. E isso refoge ao nosso conhecimento e à nossa intervenção.

Por isso, ao sermos atingidos por aquela sensação negativa, devemos parar e analisar: ESSA DOR É MINHA? Se não for, é preciso, de imediato, espantá-la. Senti-la não ajudará ninguém…

Porém, às vezes, a dor que surge pode ser nossa mesmo. Mas não ser de agora. Por isso, ela não faz sentido algum. Mas precisa ser compreendida para ser superada.

Somos, indiscutivelmente, seres em evolução. Nossa história não iniciou agora. Trazemos conosco traumas, tristezas, angústias e desilusões de tempos antigos. Mas, por não termos ciência deles, a dor se torna sem sentido algum. E isso nos deixa confusos. Pode drenar nossas energias e nos desanimar.

É preciso transcender. Há quem afirme que a nossa primeira missão nessa existência seja abandonar a bagagem emocional que carregamos nas costas por eras. Essa bagagem que nos mantém atravancados, que nos entristece e não nos permite avançar.

Precisamos nos libertar desse peso emocional entregando-o ao universo, pois ele não ser serve de nada. Permitir que uma brisa fresca e leve nos envolva com sentimentos novos e positivos. Acreditar, firmemente, que a existência nos concederá tudo o que necessitamos, seja material ou imaterial.

Transcender o sofrimento significa dar um passo além, passar por cima, deixá-lo para traz. Significa compreendê-lo e abandoná-lo. Mas, para tanto, é preciso autopoliciamento, pois não estamos acostumados com essa liberdade. No início, será preciso vigilância constante para não “recairmos”.

Só estaremos colaborando conosco mesmo, com as outras pessoas e com o mundo quando vibrarmos amor, luz, alegria e serenidade. Enquanto ficarmos imensos e dor e sofrimento, o efeito será negativo, para todos.

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Servidora pública de profissão, escritora de coração. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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