Me disseram um dia que amor não nasce amor, mas que se torna amor.

Enquanto pequeno, minha mãe me ensinou que o que eu plantasse, eu colheria. Das sementes de flor, nasceriam flores, das de fruta, frutas; até das de feijão, plantadas no copinho com algodão, feijões.

Não havia como ser diferente. Então, por que ainda insistem em dizer que se eu plantar amor eu não colherei amor?

É claro que nem toda semente vinga, brota da terra e floresce. Algumas se perdem no meio do caminho, preferindo não ver o sol que mora no transpor da terra escura. Mas o fato é que ela fora plantada. Está lá, pronta para crescer.

E por isso eu digo: foi amor desde o início. Amor desde quando meus olhos te acompanharam virando aquele corredor. Amor desde quando meu abraço repousou demorado no seu. Amor desde quando eu segurei sua mão e vi que ela se encaixava bem na minha.

Foi amor. É amor. Será amor mesmo se um dia não formos mais.

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É amor porque é de paz, porque é sereno, porque é meu e seu e de mais ninguém. É amor porque mesmo sem te ver você continua aqui, dentro de mim. É amor porque me engrandece, me acalma, me projeta.

E eu te amo porque é você. Se não fosse você, seria um pé de feijão, uma flor, ou só mais uma semente que não quis florescer amor.

(Autor: Pedro H. Lopes)
(Fonte: euquetantoamo.wordpress.com )

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