A síndrome do filho único pode ser caracterizada por um conjunto de sinais e sofrimentos nos relacionamentos entre pais e filho. Nesse texto, a palavra síndrome será usufruída para definir os distúrbios desse tipo de relacionamento.
Ser filho único não é uma tarefa simples, pois basicamente o que ocorre é que os pais depositam todas as suas expectativas e planos em um único sujeito, que nasce e se desenvolve em um contexto em que acredita ter que corresponder a todas essas expectativas.
Quanto mais novo é o filho, mais explícitos são os sinais dos sofrimentos. À medida que esse filho se desenvolve e amadurece, este sofrimento se torna menor, visto que ele passa a pensar por si mesmo e assumir escolhas individuais, muitas vezes independente do desejo dos pais.
Os principais responsáveis pela síndrome do filho único são os próprios pais, pois o filho nasce como nasceria qualquer outra criança. Essa síndrome nada mais é do que uma consequência dos comportamentos dos pais para com o filho, normalmente com superproteção, excesso de mimos e cuidados e aceitações em momentos em que estas não poderiam acontecer.
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É comum que os pais se concentrem em atender mais a um filho do que a outros por diversos motivos, como adoecimentos, baixo rendimento escolar, transtornos psicológicos, entre outros. Não obstante, quando se é filho único, toda a energia e dedicação dos pais são destinadas a um único indivíduo.
E é justamente esse excesso a gênese da síndrome do filho único. Os pais de um filho único são cuidadosos e dão carinhos até em momentos em que isso não é necessário e não deveria acontecer. Esse comportamento mais prejudica do que auxilia o filho, e consequentemente os pais.
Todo esse zelo pode fazer com que o filho único seja frágil, caprichoso, mimado, opressivo ou tímido, além de apresentar dificuldades de adaptação com colegas e de interagir em um grupo, fazendo com que este reaja com rebeldia ou descontentamento.
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Quando este filho ganha uma fama, nomenclatura ou ainda uma denominação por algum tipo de comportamento, como mimado por exemplo, este pode aceitá-lo e perpetuá-lo.
De maneira inconsciente, este filho encontra uma identidade na maneira da qual ele é tratado, pois não tem referências sobre si mesmo através daqueles com quem vive. Sendo assim, é dada a esse sujeito baixa performance.
A Psicologia do Filho Único afirma que este filho não tem pares com os quais pode se relacionar, no caso, os irmãos. Com isso, ele transforma seus pais em seus pares, passando a se comportar da mesma maneira que eles.
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As referências exclusivas de adultos faz com que o filho único seja “adultizado”, falando, se vestindo, tendo interesses e diversões acima de sua idade real, ou seja, acaba se tornando mais parecido com um adulto do que com crianças de sua idade.
Isso faz com que o filho único evidencie um nível intelectual acima de outras crianças. O que deveria ser bom, acaba o prejudicando, já que ele se torna dessa forma, suficientemente diferente para não ser aceito e consequentemente rejeitado pelos seus colegas.
É importante dizer que ter um único filho não é uma anomalia que mais cedo ou mais tarde, fatalmente, será um problema na vida da família.
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A base para uma família com um único filho ser bem sucedida e feliz é a disciplina. Dosar os cuidados e permitir que o filho se desenvolva em um ambiente feliz, mas de autoridade, é fundamental.
O filho único pode e deve interagir com crianças, aprender a dividir, reconhecer que nem sempre pode ter tudo o que deseja e que algumas crianças podem evidenciar um melhor desempenho que ele em alguns aspectos. Crescer é isso. Esse tipo de postura é auxiliar não somente para o desenvolvimento da criança, mas também para a calmaria dos pais quando este filho se tornar um adulto.
(Autora: Elaine Cristina Aguiar Fernandes)
(Fonte: vidaepsicologia.wordpress.com)
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