Para quem ainda não ouviu falar, essa doença tem sido manchete de vários jornais por conta da suposta ligação com o Zika Vírus (que está praticamente comprovada). E essa pode ser a explicação para o aumento do número de pessoas no Brasil com a Síndrome de Guillain-Barré (doença considerada rara). Só na Bahia, no ano passado, foram 53 casos confirmados, segundo boletim da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab).
Para alertar sobre o problema, que é atual e um risco real para nossas famílias (sobretudo para aquelas que vivem em áreas em que o Zika vírus está se espalhando com rapidez), resolvi fazer esse post com informações sobre a doença.
A Síndrome e os sintomas
Segundo a literatura médica, entre 60% e 70% dos pacientes (que podem ser crianças, adultos ou idosos) desenvolvem a Síndrome de Guillain-Barré depois de terem contraído uma infecção viral ou bacteriana.
Os primeiros sintomas são percebidos nos membros inferiores, como fraqueza muscular e parestesias (que são sensações estranhas na pele, como formigamento, coceira, queimação, pressão). Na maioria dos casos, essas manifestações são sentidas em seguida nos membros superiores e depois espalhadas pelo corpo, por meio de dores neuropáticas (ou seja, associadas a doenças no sistema nervoso).
Em geral a Síndrome acontece da seguinte maneira: quando uma pessoa está com uma infecção, produz anticorpos para atacar os vírus ou bactérias invasores. Entretanto, alguns desses microorganismos possuem substâncias semelhantes àquelas encontradas nos nossos nervos (mais precisamente à bainha de mielina, que reveste e protege as células nervosas). Assim, o próprio organismo, produzindo moléculas de defesa contra os patógenos, pode passar a atacar o revestimento dos neurônios (por isso a doença é considerada autoimune).
Esse ataque é tão forte que destrói toda a proteção dos nervos e, com isso, é bloqueada a passagem de estímulos aos nervos motores, que levam as informações do sistema nervoso até os músculos (justamente por isso os primeiros sintomas são fraqueza e parestesias, seguidos de paralisia muscular).
Os sinais são progressivos e ocorrem rapidamente, geralmente em menos de uma semana.
Outros sintomas são queda ou aumento da pressão arterial, retenção urinária e constipação intestinal. Em quadros mais graves, os pacientes podem sentir ainda arritmias cardíacas e insuficiência respiratória, principais motivos que fazem a síndrome ser fatal (mas são raros os casos).
Diagnóstico e tratamento
Se desconfiar da doença, a primeira medida é encaminhar seu filho ao pediatra, que fará uma análise clínica inicial da criança. Em caso de suspeita do médico, o pequeno precisará fazer alguns exames complementares para comprovar, ou não, a Síndrome de Guillain-Barré.
Se o diagnóstico for fechado, é hora de partir para o tratamento. Nas crianças, é recomendado o tratamento com imunoglobulina intravenosa (ou seja, com injeções de outros anticorpos, para destruir os anticorpos produzidos pelo organismo e que estão atacando os nervos) durante no máximo dois dias.
Dado o início do tratamento, as duas primeiras semanas geralmente são marcadas por progressão da Síndrome, seguida de estabilização até, finalmente, a regressão. A recuperação pode levar semanas ou mesmo meses e, para recuperar todos os movimentos que foram comprometidos, a demora pode ser de um ano. Também é necessária a atuação de uma equipe multiprofissional para acompanhar o tratamento, estimular o paciente e mesmo ensiná-lo novamente coisas que ele já sabia (escovar os dentes, pinçar o lápis para escrever, etc), mas que acabou perdendo por conta da síndrome.
Recuperação dos pequenos
Vale destacar que nas crianças o diagnóstico é mais fácil de ser feito e a chance de recuperação muito alta. O importante mesmo é prestar atenção aos sinais, especialmente queixas de dor (que são as manifestações mais comuns nos pequenos) e encaminhar logo o filhote ao pediatra para que, se comprovado um quadro de Síndrome de Guillain-Barré, o tratamento seja iniciado imediatamente.
(Autora: Nívea Salgado)
(Fonte: mildicasdemae.com.br)
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