Quantas vezes você já ouviu:
“Meu filho não gosta de dormir cedo.”
“Meu filho só come porcaria.”
“Ele quer ir pra escolinha.” (mesmo tendo 11 meses e nem sabendo falar)
“Ele adora Coca Cola”
Essas e muitas outras frases são comuns, tão comuns que eu diria que são a regra da relação entre pais e filhos hoje em dia. O pai e a mãe sendo presentes ou não, estando focados na criação dos filhos ou não – perderam a voz e a razão. Quem está decidindo hoje em dia são as crianças. E será que elas sabem o que estão fazendo?
As famílias mudaram, as mulheres mudaram, os homens mudaram. Mas não vamos esquecer que as crianças ainda precisam das mesmas coisas: precisam de adultos para educá-las. Se engana quem acha que porque tem filho, tem marido, logo tem família. Não. Como tudo na vida que é grande e bonito, ter família dá trabalho. A “família” precisa ser criada: plantada, cuidada, regada para então existir. Nunca perfeita, mas nos limites da existência: existir.
Quantas vezes você já ouviu: “Meu filho não gosta de dormir cedo.” “Meu filho só come porcaria.” “Ele quer ir pra escolinha.” (mesmo tendo 11 meses e nem sabendo falar) “Ele adora Coca Cola” (porque olha quando alguém abre aquela garrafa vermelha, preta e branca, que solta aquele líquido marrom com bolinhas espumantes e que fazem barulho)
Essas e muitas outras frases são comuns, tão comuns que eu diria que são a regra da relação entre pais e filhos hoje em dia. O pai e a mãe sendo presentes ou não, estando focados na criação dos filhos ou não – perderam a voz e a razão. Quem está decidindo hoje em dia são as crianças. E será que elas sabem o que estão fazendo?
Semana passada assisti um seriado (sobre família e relações humanas) chamado Transparent da Amazon – ganhador do Globo de Outro. O protagonista é um pai divorciado de 70 anos de idade, que decide dividir seu segredo com a família: ele é transexual e se chama Maura. Os três filhos são pessoas completamente egoístas e imaturas, com vidas bagunçadas mas ao mesmo tempo muito humanas. (Todas as histórias são possíveis) A mensagem que percorre os capítulos é de que na verdade só passamos a conhecer nossos pais quando somos adultos e então percebemos como aquelas características nos são familiares e assim conhecemos melhor a nós mesmos.
Eu não gosto muito de assistir televisão. Mas dessa vez fiquei viciada e vi tudo, do começo ao fim. A história, os personagens, os diálogos, tudo é perfeito, tudo é verdadeiro. Para citar duas situações marcantes:
– A jovem pergunta aos pais:(faixa de 30 anos, que vive perdida na vida: não sabe se é homem ou mulher, se trabalha, se estuda e entre uma dúvida e outra, bebe muito e usa drogas)
Por que eu não tive Bar Mitzvá(cerimônia judaica)?
Os pais respondem: Porque você não queria.
A jovem: Eu tinha 13 anos!!! Como eu poderia decidir isso?
E na cena final, a família jantando pegando a comida direto da colher na panela e levando a boca, todos falando ao mesmo tempo (sempre cada um só fala de si mesmo). Chega um adolescente (que não foi criado nessa família) e pergunta: “Vocês não fazem oração antes das refeições? Vamos fazer todos de mãos dadas porque assim fica mais forte.” Eles fazem. E pela primeira vez, em todo o seriado, aquela família está em comunhão, está unida.
As famílias mudaram, as mulheres mudaram, os homens mudaram. Mas não vamos esquecer que as crianças ainda precisam das mesmas coisas: precisam de adultos para educá-las. Se engana quem acha que porque tem filho, tem marido, logo tem família. Não. Como tudo na vida que é grande e bonito, ter família dá trabalho. A “família” precisa ser criada: plantada, cuidada, regada para então existir. Nunca perfeita, mas nos limites da existência: existir.
Eu não sei de nada, mas desconfio que para caprichar no arroz e feijão da vida é preciso colocar uma bela pitada de fé, ordem e amor.
(Autora: Cris Leão)
(Fonte: www.antesqueelescrescam.com)
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