Atualmente a precariedade dos vínculos é um fator que colabora para a escassa duração dos relacionamentos amorosos. Ocorre que a dinâmica familiar contribui muito para essa situação, pois é no seio da família que a pessoa vai definir seus padrões básicos de comportamento e a sua forma específica de ser e de reagir em todas as situações.
Também é no ambiente doméstico que a pessoa construirá os mecanismos que usará para viver e sobreviver, e tomará suas decisões ao compreender e se relacionar com as pessoas e as situações.
Este padrão se constrói na vivência das relações familiares, das normas e das regras que são passadas de forma sutil, nos olhares, nos toques, nas palavras e nas atitudes.
Normalmente, uma pessoa que cresceu em uma família na qual suas necessidades emocionais não foram atendidas – ou seja, indivíduos que não se sentiram apoiados e valorizados, ou que se relacionaram em ambientes conturbados – poderão ver sua realidade como fria, vazia ou solitária.
Essas pessoas poderão apresentar dificuldades como: dependência afetiva, imaturidade, autoestima prejudicada e insegurança.
Geralmente, pessoas carentes afetivamente atraem relacionamentos confusos e insatisfatórios, por se apresentarem ao mundo como se estivessem muito necessitadas de amor, carinho e atenção. Correm o risco de se sentirem rejeitadas, não valorizadas e menosprezadas pelo parceiro ou parceira.
Nesses casos, os relacionamentos dão a falsa impressão de preencherem este vazio sentido por elas. Mas no momento em que ocorre a separação, a pessoa percebe a solidão que sente em si mesma. Então, corre o risco de retomar a relação conturbada ou de se envolver em um novo relacionamento frustrante, pois o outro nunca será capaz de suprir essa falta que sentem.
DEPENDÊNCIA AFETIVA E BAIXA AUTOESTIMA PREJUDICAM RELAÇÕES
A dependência afetiva é um distúrbio de comportamento que afeta um número muito grande de homens e mulheres. Pessoas que amam ilimitadamente, que vivem em uma relação instável que alterna entre carência, amor e sofrimento, na grande maioria de total baixa autoestima. Normalmente, adquirem este distúrbio em alguma experiência na qual suas necessidades emocionais não foram atendidas, seja na infância ou mesmo em relacionamentos passados.
A precariedade dos vínculos afetivos na infância ou nos relacionamentos anteriores poderá levar o sujeito a ter dificuldades nas relações que mantiver, fazendo com que seus vínculos não durem muito tempo.
Já pessoas com baixa autoestima também tendem a ter algumas dificuldades quando o assunto é namoro. Quando estamos devendo um pouco de atenção e carinho para nós mesmos, esperamos que o outro o faça e nos contentamos com menos do que gostaríamos. Aí começa o problema, pois quando colocamos o nosso bem-estar na mão de outra pessoa o resultado quase sempre é a decepção.
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Quando nos relacionamos com alguém, há uma probabilidade grande de que o medo de perder a cara-metade supere sua espontaneidade no relacionamento. Para não perder a pessoa “amada”, acabamos fazendo fazer concessões desagradáveis e tentamos nos enquadrar em regras que não levam em consideração suas vontades e valores.
A pessoa que se ama é mais aberta para amar o outro. Não precisa tanto dele, pois tem a si mesma. Não escolhe o parceiro apenas para que ele preencha suas lacunas. Não depende dele, apenas quer estar com ele sem exigências imaturas, se satisfazendo em receber o outro como é, ao mesmo tempo em que expressa seu jeito de ser. E, nos momentos difíceis, dá o melhor de si pela relação, dentro das suas possibilidades.
BUSCA DA FELICIDADE AMOROSA COMEÇA PELO AUTOCONHECIMENTO
A busca da felicidade, sem que haja uma visão real do que é ser feliz, faz com que as pessoas tenham uma visão distorcida da vida e, consequentemente, da relação com o outro.
Normalmente, pessoas carentes não conseguem entender a dimensão da felicidade nas coisas simples e na relação com elas mesmas, gerando dependência de um amor para se sentirem felizes e completas.
Algumas teorias da psicologia ainda acreditam que pessoas carentes não conseguem, mesmo que inconscientemente, diferenciar amor, dor e sofrimento, envolvendo-se em relações onde se sentem desvalorizadas, infelizes e sem amor.
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É possível interromper esse círculo vicioso, se houver um investimento consciente de energia psíquica, no sentido de se autoconhecer para compreender qual dinâmica está presente no relacionamento.
É necessário aceitar que a barreira para a nossa felicidade habita, ainda que em parte, dentro de nós mesmos. É preciso desfazer-se do sentimento de dependência infantil, para onde o indivíduo volta-se sempre que se sente só e desamparado na vida. Afinal, é possível ser feliz sozinho ou em uma relação. Para isso, precisamos estar livres de amarras emocionais, das armadilhas dos ganhos secundários e do excessivo apego a crenças.
DEVO INVESTIR NESTA RELAÇÃO?
A decisão entre investir e desistir da relação é muito complexa, pois há uma grande rede de fatores que envolvem tal situação.
Muitas vezes os bloqueios que impedem a pessoa de sair da relação podem ser apenas boicotes de sua mente, como o apego por bens materiais ou a situação financeira – usados como justificativa para que a relação prejudicial não seja rompida. Outros são reais, como por exemplo o impacto social que a separação teria na vida dos filhos – como as justificativas dadas na escola e para amigos, bem como a explicação sobre os motivos do rompimento às crianças.
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Estas situações, por vezes, tornam-se difíceis de administrar e ocasionam a não aceitação e até mesmo uma mudança prejudicial no comportamento de crianças e adolescentes em uma separação.
No entanto, deve ser avaliada a necessidade pessoal dos indivíduos envolvidos, ou seja, o casal deve colocar na balança aspectos bons e ruins da relação e tomar uma decisão devidamente refletida e ponderada para que não haja futuros arrependimentos.
Não são raras as vezes que a pessoa até tem consciência de que o relacionamento não é saudável, mas não consegue sair desta situação, porque as motivações que a levaram a isto são inconscientes.
Por exemplo, uma esposa submissa que é agredida verbalmente pelo companheiro e não consegue terminar o relacionamento porque cresceu vivenciando a mesma situação entre os pais. Essa mulher pode não conseguir agir de outra forma, pois foi este o modelo de relação que vivenciou ao longo de seu desenvolvimento, o que, de modo inconsciente, influenciou no processo de escolha de um companheiro com o mesmo funcionamento psíquico que seu pai.
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Este seria um fator predominante para que esta mulher seguisse na relação infeliz, mesmo sabendo que esta relação não é satisfatória e saudável.
Em geral, quando terminamos um relacionamento ficamos fragilizados, tristes e melancólicos com a perda. Vivemos um luto. O problema é que neste momento, novamente o valor de estar com alguém sobe muito, e o ciclo se repete. Uma questão afetiva que ainda não está resolvida dentro de nós precisa primeiro ser elaborada, para que possamos nos sentir felizes e minimamente preenchidos de afeto.
Um dos maiores ganhos que obtemos ao olhar para nossas próprias dores, com coragem de reconhecê-las e trabalhar com elas internamente, é o desenvolvimento de cada vez mais recursos internos para seguir em frente.
Confira abaixo algumas dicas que podem ajudar você a viver relacionamentos mais felizes:
Antes de entrar em um relacionamento (ou se já estiver em algum), procure ficar bem consigo mesmo, valorizando-se e respeitando-se.
Procure conhecer suas vontades, seus valores.
Observe o que lhe falta para ter uma vida tranquila sem depositar seu bem-estar nas mãos de outra pessoa.
Disponibilize um tempo para passar sozinho.
Se você sente-se muito ansioso, ou vem passando por relacionamentos difíceis e com alto custo emocional, vale a pena buscar um bom terapeuta e, a partir daí, vivenciar a realização de uma relação harmoniosa, construtiva, onde seus limites são levados em consideração.
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Muito bom, adorei!