A culpa é um sentimento normal que, quando na dose certa, nos faz crescer. Como? Assim: a “culpa boa” nos faz perceber um erro, assumir a responsabilidade, e tomar uma atitude positiva no sentido de mudar. Por isso, sentir culpa por algum ato ou omissão é normal e pode nos fazer pessoas melhores.

Mas sentir culpa em excesso, assumindo a responsabilidade por atos que não dependem de nossas ações ou omissões, pode ser um problema que chamamos de “ sentimento de culpa ”. E em excesso, esta culpa pode até afetar a saúde física e mental.

“Meu filho está com febre por minha causa. Eu trabalho demais”.

“Minha mãe adoeceu porque eu não fui visita-la”.

“Meu filho não dorme bem à noite por minha causa”.

Quem nunca ouviu estas frases ou algo bem parecido de alguém muito próximo?

Pois é. Assumir culpa por tudo de errado que acontece ao redor pode ser um problema. Esta culpa exagerada coloca a pessoa no centro do universo, detentora de um poder imaginário sobre tudo e todos. A pessoa imagina que se tivesse tido uma ação diferente, o resultado teria sido outro… e geralmente, melhor. Como isso é altamente improvável e até impossível, vem a sensação de frustração, infelicidade e descontentamento com a vida. E o pior: muitas vezes vem um sentimento de depressão e autopunição. Isto, sim, como uma bola de neve, pode crescer e deixar a pessoa paralisada socialmente, incapaz de viver em paz e com sossego.

Aceitar os próprios erros, assumir a responsabilidade e encarar uma reparação, por mais difícil que seja. é o melhor a fazer. Sem exageros e sem excessos. Ache um equilíbrio saudável. Isso traz liberdade e alegria de viver.

(Autora: Dra. Ana Escobar – médica pediatra, professora livre docente FMUSP)

(Imagem: kevin laminto)

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A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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