Parece estranho, mas ser duro demais consigo mesmo, as pesquisas mostram, é contraproducente. Aqui vou explicar por que isso acontece e qual a melhor maneira de lidar consigo mesmo quando você erra.
Quando estamos adquirindo novos hábitos ou tentando ser uma pessoa melhor, se você agir de forma muito dura consigo mesmo, você vai falhar. Isso tem a ver um fato curioso, mas inevitável, de como nossos cérebros funcionam.
Quando nos sentimos ameaçados, naturalmente buscamos abrigo. Acontece que o cérebro não diferencia pensamentos da realidade externa. Isso implica que o cérebro não diferencia entre uma crítica ou ameaça externa, e uma que existe apenas em sua cabeça, ou seja, uma “ameaça” interna. Você pode se machucar e se agredir tanto quanto outra pessoa. E quando chega esta violência, junto aparecem as reações fisiológicas e neurológicas.
Esta reação inclui a busca por nossa zona de conforto, que é nossa zona de segurança. Nossa zona de conforto é justamente o que já estamos fazendo, onde estamos agora. Em outras palavras, certamente não é aquela versão nova e melhorada que estamos querendo construir. Como resultado, reduz-se seriamente as chances de mudarmos depois de uma crítica severa.
A pesquisadora Kelly McGonigal descreve um estudo que confirma isso. Durante a pesquisa, mulheres tentando perder peso que receberam mensagens de auto perdão comeram metade dos doces que o grupo de mulheres que não receberam estas mensagens. O mesmo aconteceu com estudos com pessoas tentando parar de fumar, largar o vício de aposta e com problemas graves de procrastinação. A Dra. McGonigal concluiu que culpa e estresse são os inimigos do autocontrole, portanto contraproducente no processo de transformação.
Ao invés de ser duro demais consigo mesmo, experimente ser gentil. A melhor e mais simples maneira de fazer isso é fingir que está falando com seu melhor amigo, depois que ele ou ela lhe falou sobre uma falha que cometeu. Por exemplo, imagine que você tem um amigo que está tentando meditar todos os dias, como você faz. E aí ele ou ela lhe diz que ontem não conseguiu meditar, ou que fez, mas sua mente estava super agitada. Como você reagiria? Com crítica severa e estimulando sentimentos de culpa e vergonha? Espero que não! Mais provável você diria algo como, “ah, sem problemas, o que importa é que está tentando todos os dias. Temos dias bons e dias ruins. Só tente novamente amanhã.” Ou, “sim, isso acontece, ninguém é perfeito.” Certo?
E é exatamente assim que você deve fazer consigo mesmo. O termo usado é “autoperdão”. Ao ser gentil e compreensivo consigo mesmo, você expande sua zona de conforto, se sente seguro e estimulado a crescer e se transformar. É tudo de bom. Você se sente bem e ainda atinge seu objetivo de forma mais eficaz!
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