Esse deve ser um dos assuntos mais controversos quando falamos sobre psicoterapias e acompanhamentos psicológicos. E isso acontece porque a duração do tratamento psicológico é muito variável.

Cada um tem o seu próprio tempo para resolver seus problemas, mas pode ser que decidam continuar a psicoterapia porque querem otimizar as suas potencialidades, competências, se conhecer melhor ou resolver outras questões que tenham surgido.

Conheça agora algumas das principais linhas psicoterápicas, suas abordagens e o tempo de duração de cada uma.

A terapia e suas diversas linhas

Psicanálise
Essa é a terapia criada por Freud. O paciente deita no divã, de costas para o analista, e tem liberdade total para falar, sem impedimentos ou conduções. O terapeuta propõe conexões entre o que é dito e os problemas que levaram a pessoa ao consultório.

A meta é estimular que o próprio paciente tenha seus insights, ou seja, compreenda os acontecimentos e como pode modificá-los. É indicada para quem tem problemas crônicos de personalidade ou ainda quem quer conhecer as camadas mais profundas da sua personalidade.

São recomendadas até 4 sessões por semana e o tratamento pode durar anos e anos.

Lacaniana
Assim como a psicanálise, também utiliza o divã e não tem pauta prévia. O analista pesca, durante as conversas, as piadas e os atos falhos, além de usar da interpretação dos sonhos para acessar o inconsciente.

É justamente nos sonhos que está a compreensão dos problemas. Funciona bem com quem quer conhecer as camadas mais profundas da sua personalidade em busca de autoconhecimento. Não é indicada para quem vive em situações de urgência.

É uma terapia de longa duração, pode levar anos e o tende a ser demorada. Tempo de cada sessão também varia, pode levar de 15 minutos a duas horas.

Jungiana
Para Jung os sonhos são a chave da terapia. É por meio deles que o analista ajuda o paciente a encontrar as respostas para o que o incomoda. Além dos sonhos, desenhos e a caixa de areia com miniaturas servem para montar cenários que representam situações reais.

O paciente não pode falar do que quiser, o terapeuta mantém a conversa sempre em torno dos problemas que o levaram até ali. É indicada para quem busca o autoconhecimento profundo. Assim como as anteriores, também é uma terapia demorada, pode levar vários anos.

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Analítico-Comportamental
Ligada ao behaviorismo, essa terapia monitora e modifica as relações com o ambiente. Procura trabalhar com reforços positivos para mudar os comportamentos que atrapalham a vida.

Funciona bem para quem tem ansiedade, pânico, fobia social, depressão, dependência química e problemas de aprendizagem.

São feitas até dez sessões de avaliação e na sequência, sessões semanais de tratamento que podem durar de poucos meses há alguns anos, dependendo da gravidade, e três encontros de encerramento.

Cognitivo-Construtivista
Além de analisar o que você pensa e o que você faz, a terapia cognitivo-construtivista avalia o papel do sistema nervoso central em problemas a princípio apenas psicológicos.

Especialmente indicada para quem tem lesões, danos cerebrais ou processos degenerativos. Também é útil para quem quer dar um upgrade no cérebro, como vestibulandos e concurseiros.

Não tem uma duração definida, tudo depende do problema a ser tratado.

Psicodrama
O psicodrama faz com que você encene seus problemas. O grupo discute e avalia como cada um se sentiu no processo. A ideia é que externando as emoções, seja mais fácil enxergá-las e tratá-las.

Não precisa ser extrovertido para encarar essa terapia, até um tímido pode se beneficiar do psicodrama. É que não é obrigatório encenar. Você pode participar apenas como observador.

Não tem duração definida, mas pode levar meses até que o paciente atinja a raiz do seu problema.

Cognitivo-Comportamental
Essa terapia tem como objetivo modificar os pensamentos que só atrapalham, como “eu não faço nada direito”. A ideia é mostrar que isso pode ser modificado, com muito treino e pensamentos funcionais, como “isso eu não fiz direito, mas acertei daquela outra vez”.

É um tratamento útil em problemas pontuais, que vão de obesidade a psicopatia. Pode variar de 20 a 30 sessões, dependendo do problema.

Gestalt-terapia
Para os gestaltistas, os pacientes devem ser analisados em relação ao meio em que vivem, amigos, família e trabalho, e suas atitudes nesse meio. O terapeuta ouve o paciente, mas presta atenção em gestos, postura, tom de voz e expressões faciais.

A terapia é focada no presente. É indicada para quem se sente estagnado na vida, sem um rumo. Pode durar de meses a anos, conforme a evolução do tratamento.

EMDR
A terapia EMDR, de maneira geral, faz o paciente simular o movimento dos olhos durante o sono REM. A ideia é que, quando isso acontece, o cérebro consegue reconstruir o caminho das memórias ruins de eventos traumáticos, que são processados e superados.

É indicada para vítimas de acidentes, violência sexual e outros traumas. Pessoas com problemas crônicos, como fobias, depressão e até obesidade, também podem se beneficiar do método.

É um tratamento rápido que pode levar poucos meses para solucionar o problema em questão e um dos grandes benefícios é que o paciente não precisa utilizar palavras durante o processo.

(Autora: Celina Sobreira)

(Fonte: celinasobreira)

*Texto publicado com a autorização da administração do site.

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