Você encontra uma pessoa por aí, talvez um colega novo no trabalho, uma vizinha que se mudou há dois dias, um alguém que você vê na missa todos os domingos, um amigo de um amigo… De repente, você olha para aquela pessoa pela primeira vez e o santo não bate, a conversa não cola, a confiança fica indecisa, o sorriso não convence e a voz te irrita.
Aquela pessoa que não te faz bem e você nem sabe quem é de fato, te causa um estranhamento. Sentimos uma aversão gratuita, não suportamos ficar perto e sem muita explicação, essa pessoa faz a gente sentir indiferença por ela. Sentimos uma certa inibição e não conseguimos olhar nos olhos dessa pessoa… é aquele momento que o seu santo não bate, é o momento da encruzilhada, é a hora que pensamos que deve ser espiritual, encosto, karma.
Não sabemos o que é. Não sabemos porque algumas pessoas não nos convencem e nem nos encantam. Talvez seja espiritual. Talvez seja hormonal. Talvez seja chatice. E quando não gostamos de alguém, esse alguém também não gosta da gente. É mútuo. É mistério.
Eu gosto que quem olha dentro dos meus olhos, que me encara e que não me deixa dúvidas. É muito ruim estar conversando com alguém e ser sucateado por um olhar atravessado, por palavras sem emoção e por impaciência nos gestos. Não gosto de gente que não expressa quem é, que por trás de um sorriso forçado existe sempre um problema e que não mostra confiança. O segredo de uma pessoa confiável está no olhar exato, nas palavras que encorajam e nos carinhos de graça.
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Tem pessoas que nasceram para nos acolher e que são capazes de fazer qualquer coisa para nos ver bem, mesmo que não sejam irmãos ou parentes. Tem pessoas que se aproximam da gente para nos lembrar que um amigo verdadeiro, carrega com ele não apenas segredos, carrega também paz, sorriso, otimismo, serenidade, verdades e muito amor. Quando o santo não bate, o melhor é encarar, tratar bem e rezar, porque colocar a pessoa de lado e tratá-la com indiferença, não resolve a antipatia gratuita e ainda faz mau para gente.
Nem todo mundo foi feito para todo mundo. Alguns foram feitos com almas carimbadas, são da mesma espécie e se entrosam com muita facilidade. Outros precisam de ajustes e é diferente de todo mundo. Muitos combinam entre si, mas é só e sem qualquer envolvimento que custe um sorriso sequer que acolhe. E há pessoas que além de não terem sido feitas para gente, ainda nos causam certo desconforto quando precisamos de ter algum contato. E tem aquelas pessoinhas que nasceram para a gente, grudam em nós e temos a sensação que são nossas. Quando as pessoas não se suportam, é porque o santo não bate mesmo. E, quando as pessoas tem a necessidade de ajudar, permanecer, são duas almas que se amam.
Todos os dias, conhecemos pessoas por aí, algumas passam por nós sem quaisquer expectativas e ficam para sempre; outras passam, ficam um momento e sem mais nem menos partem para sempre. E tem aquelas pessoas que o santo não bate, não vou insistir, porque ainda não me canonizei, mas todas elas têm minhas rezas em tom de mantra: sai fora, vai ser feliz para longe de mim, me erra.
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