Acontece de repente. Você percebe que o coração bate a toda velocidade. Todos os alarmes são ativados. – O que está acontecendo comigo? Eu estou morrendo? – O pânico te inunda e você começa a respirar cada vez mais depressa. Você sente que te falta o ar. – Eu vou me asfixiar? Não paro de tremer!

O aperto no peito começa a piorar e você sente que o que está acontecendo não é real, mas o medo de morrer está lá. Você acredita que está ficando louco. Parece que você vai desmaiar.

Em apenas 10 minutos o seu corpo está totalmente descontrolado. O que aconteceu com você? Você teve um ataque de pânico. Mas quais são as consequências dele?

“As mãos se agitam e tremem. Em algum lugar se rompe uma represa e o suor frio te inunda, encharca seu corpo. Você quer gritar. E faria isso, se pudesse. Mas para gritar, você precisa respirar. Pânico.”
-Khaled Hosseini-

Como e por que se inicia um ataque de pânico?
Um ataque de pânico é uma crise que começa de forma brusca. A primeira coisa que a pessoa percebe é a aparição de uma série de sensações corporais.

Estas costumam ser: palpitações ou ritmo cardíaco acelerado, sudorese, tremores ou agitação, falta de ar e/ou sensação de asfixia, aperto no peito, náuseas ou desconfortos abdominais, instabilidade ou tontura, sensação de dormência ou formigamento e arrepios.

O problema aumenta de tamanho graças aos pensamentos que a pessoa reproduz em sua mente e em volta destes sintomas físicos. O ataque de pânico é produzido porque a pessoa associa suas sensações corporais a algum tipo de ameaça.

Além disso, geralmente a pessoa percebe que essa ameaça induzida coloca sua vida em perigo. Assim, desenvolve todo um ciclo de pensamentos (neste sentido) que irá tornar as sensações corporais iniciais ainda mais intensas.

Estes são o medo de morrer, de perder o controle e/ou de ficar louco, além da sensação de irrealidade ou de estar fora de si mesmo. O caso é que as pessoas interpretam estes sintomas físicos de forma catastrófica.

Ou seja, acreditam que essas sensações corporais estão ocorrendo porque está acontecendo alguma coisa grave. É fundamental realçar que, na realidade, não há um perigo real de morte, a verdade é que tudo isso está acontecendo porque nós estamos pensando.

“Era nessa sensação que a loucura tinha seu início. Durante os breves momentos em que conseguia afastar o pânico e pensar com clareza, tentava agarrar tudo que parecia ter a ver com a realidade”.
-Henning Mankell-

Que consequências derivam dos ataques de pânico?

Os ataques de pânico têm consequências negativas para quem sofre deles, mas em nenhum caso levam à morte, pelo menos de maneira direta. Pense nisso: você realmente teve alguma coisa grave a nível físico quando teve uma crise com essas características? Não, certo? Se elas realmente tivessem as consequências que tememos, você não estaria lendo este artigo!

“Ele queria gritar, mas os roedores do pânico dilaceravam-lhe a língua às dentadas. Ele queria correr, mas as finas serpentes voadoras atavam-lhe as pernas.”
-Luis Sepúlveda-

As palavras de Luis Sepúlveda têm uma dose de humor negro, mas não deixam de nos proporcionar uma descrição exata das sensações das “vítimas do pânico”. Além disso, todos sabemos que estes ataques de pânico provocam um grande mal-estar emocional e psicológico. O medo se apodera do dia a dia dessas pessoas.

Aparece o medo de que volte a ter uma crise, já que não é nada agradável. Em muitos casos, os estímulos gerados pela crise são generalizados (por exemplo, se tivemos um ataque em um ponto de ônibus, passamos a ter medo de todos os pontos de ônibus), e em muitos outros casos, a antecipação da própria crise já provoca o ataque (antecipamos que vamos passar por um ponto de ônibus).

Sobretudo, a pessoa passa a temer que os ataques apareçam em lugares públicos, onde seja difícil escapar, em situações sociais onde seria constrangedor estar assim, ou em momentos em que seria complicado obter ajuda. Então, o que a pessoa geralmente começa a fazer nestes casos? O que ela costuma fazer é evitar essas situações.

A pessoa deixa de ir a esses lugares para que, assim, diminua a ansiedade gerada pela possibilidade de ter outro ataque. Então ela vai evitando cada vez mais lugares.

Desta forma, as tarefas cotidianas passam a ser um verdadeiro exercício de planejamento e esforço. Fica extremamente difícil para a pessoa ir a lugares que antes frequentava. Assim, a gama de atividades que acaba fazendo é muito reduzida.

Neste caso, chegamos ao ponto em que a pessoa passa a sofrer de agorafobia. Elas já temem ou evitam situações como as seguintes: aglomerações, lugares públicos, viajar sozinho ou se ausentar de casa. Isso é altamente debilitante para a pessoa, que vê reduzida sua qualidade de vida em todos os âmbitos.

Visto que isso pode ser limitante tanto a nível pessoal como profissional e social, é importante consultar um psicólogo para aprender a regular a ansiedade e reduzir os ataques de pânico.

(Autor(a): Laura Reguera)
(Fonte Original: lamenteesmaravillosa.com)
*Texto traduzido e adaptado pela equipe Fãs da Psicanálise.

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