Chega setembro é aquele inferno: pessoas postando coisas das mais reais às mais absurdas sobre depressão e transtornos psíquicos, pessoas desconhecidas querendo te abraçar, gente usando lacinho amarelo e fingindo que realmente se importa com suicidas e depressivos – mas no fim não há ninguém disposto a pagar a sua fluoxetina ou ficar com você durante uma crise de depressão daquelas que você não consegue nem tomar banho.
A campanha de prevenção ao suicídio é positiva por razões óbvias: temos um pretexto pra falar sobre a principal causa de mortes no Brasil (sim, você leu certo) e que ainda é um tabu pra muita gente: depressão e suicídio.
Se o suicídio mata mais que o homicídio em um país – ou seja, pessoas preferem se matar a matar outras pessoas, contrariando a natureza bélica do ser humano – há algo de muito errado acontecendo. E há.
O que quero dizer é que o Setembro Amarelo é uma ótima iniciativa para que pessoas reflitam sobre transtornos psíquicos, previnam-se e ajudem outras pessoas, mas o fato é que psicoativos precisam sobreviver nos outros onze meses do ano. E nesse hiato entre um setembro amarelo e outro, tudo o que os psicoativos – especialmente os suicidas – recebem é descaso e piadas – como se não bastasse o sono e apetite desregulados, os efeitos colaterais dos remédios tarja preta, os “amigos” que somem porque você está “muito baixo astral” e a sua tia que pergunta “por que você não se esforça um pouco?”
O fato é que a mentalidade geral acerca dos transtornos psíquicos e seus portadores ainda é preconceituosa e um tanto cruel: ainda nos dizem (ou insinuam) que precisamos de Deus, ou que deveríamos “tentar ficar bem” (nossa, cê jura, meu anjo?), ou que “é muito difícil amar um suicida” (nota: é muito difícil amar pessoas).
Certamente ainda demora um tanto para que essa mentalidade mude e a psicofobia – o termo científico para a intolerância a portadores de transtornos psíquicos – pare de chutar cachorro morto. Talvez daqui a vinte primaveras e vinte setembros amarelos. Até lá, tente não transformar uma campanha séria de prevenção ao suicídio em mais uma forma de ganhar likes: a depressão é a doença do século, do seu século, então isso também é problema seu.
Depressivos não querem contar seus problemas a desconhecidos por inbox ou receber fitinhas amarelas. Queremos atendimento psicológico gratuito de qualidade, respeito à nossa condição e alguma compreensão, e a compreensão é o contrário de ignorância. Nesse setembro amarelo – e nos outros meses de outras cores – se informe mais e poste menos.
(Autora: Nathalí Macedo)
(Fonte: eoh)
*Texto publicado com a autorização do administrador do site.
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