“Este tem sido um de meus mantras – foco e simplicidade. O simples pode ser mais difícil do que o complexo: é preciso trabalhar duro para limpar seus pensamentos de forma a torná-los simples. Mas no final vale a pena, porque, quando chegamos lá, podemos mover montanhas.”
Steve Jobs
Nesses “tempos modernos”, não é difícil nos encontramos exaustos, atônitos, perdidos, sentindo-nos num barco à deriva, nem sabendo qual vento é favorável, por não sabermos ao certo aonde queremos chegar. Não temos dúvidas, apenas, de que queremos viver bem. Vamos para cá e para lá, conforme nos falam que é bom/faz bem/é necessário. Mas, não demora, vemos que não é bem assim… Que aquela dieta desintoxicante milagrosa não surtiu grandes efeitos. Que aquele tratamento de última geração não nos tornou impecáveis. Que aquele curso implacável não nos transformou em “outra pessoa”. Que aquele aparelho adquirido não deixou nossa rotina muito mais funcional. Que aquela viagem espetacular não nos desestressou tanto quanto gostaríamos. Que a nossa vida, pois, não melhorou substancialmente com nada disso…
Ocorre que a mudança só pode vir de dentro, e podemos demorar a nos dar conta disso… O externo pode até nos instigar, nos esclarecer, nos conduzir, mas, se não estivermos realmente dispostos, nada vai funcionar por muito tempo. Precisamos nos conscientizar de que, não adianta, não há escapatória: temos que nos dedicar se quisermos viver melhor, mais equilibrados, mais satisfeitos, mais em paz. Não há soluções mágicas.
Um bom primeiro passo é filtrar os estímulos. Não vai funcionar sairmos feito loucos tentando absorver o máximo de informações possíveis, das mais diversas ordens, sob o pretexto de ficarmos mais esclarecidos, ou mais sábios. Há diversas vertentes que são maravilhosamente esclarecedoras, mas precisamos ir com calma, raciocinar.
Jogar um monte de conceitos e dicas para dentro da “caixola”, sem parar para refletir, para compreender e para internalizar, de nada adiantará. Pelo contrário, nos estressará mais. Nos confundirá. Nos fará achar que, realmente, não sabemos nada, estamos muito longe do ideal, temos que correr atrás do tempo perdido, socorro! Vamos com calma, pisemos no freio. Temos tempo. O importante é começar, sair da zona de conforto. Um passo por vez. Se estamos andando para a frente, já temos motivos para estar contentes. Haverá tempos de estagnação e, possivelmente, até algum eventual passo para trás. Tudo bem, faz parte. Nos perdoemos e seguimos.
Também precisamos nos conscientizar de que, mais importante que melhorar o mundo é, primeiramente, mudar a nós próprios. Não poderemos ajudar os demais se somos uma pilha de medos, ansiedades e confusões. Nossa primeira missão, com certeza, é nos melhorarmos. Claro que dificilmente alcançaremos o que entendemos ser o “ideal”, mas precisamos nos tornar minimamente despertos e conscientes antes de pensar em grandes feitos. E, nessa caminhada, é imprescindível entendermos que, se não aprendermos a nos amar, a nos aceitar e a nos tratar bem, o resto não funcionará direito.
Apesar das nossas imperfeições e das nossas fraquezas, precisamos nos estimar, nos compreender, nos preservar. O autoconhecimento, nesse contexto, trará a consciência necessária para escolhermos quais caminhos seguir em busca do aperfeiçoamento. Tudo, então, fluirá muito melhor.
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É essencial, outrossim, percebermos que não é gastando e consumindo que os nossos problemas serão resolvidos. Não há soluções milagrosas para o que quer que seja que possam ser adquiridas e pronto, tudo se acerta. O que realmente melhora nossa saúde física, emocional e mental, bem como os nossos relacionamentos, a nossa rotina e o nosso futuro é entendermos que temos que cuidar da nossa ALMA, que precisamos encher o nosso CORAÇÃO. E isso é grátis. Exige, apenas, boa vontade e dedicação. Viver a nossa verdade, nos interiorizarmos, nos conectarmos com a natureza, realizarmos afirmações positivas, fazermos uma boa leitura, nos vincularmos com pessoas/projetos do bem, mexermos o corpo, voltarmos a brincar. Simples assim!
Não há razão para nos agoniarmos por ainda não termos isto ou aquilo. Não precisamos de tantas coisas! Na verdade, se analisarmos a fundo, precisamos de bem pouco para ficarmos bem. A maior parte, ainda, sem custo financeiro algum! Desta vida, ao final, nada de material iremos levar… E ela fica bem sem graça se vira apenas uma soma pecuniária ou uma lista de coisas ainda não conquistadas. Vamos fazer, ao contrário, uma relação de tudo o que já possuímos, sendo que a lista deve começar por: vida, vontade, oportunidades…
Sejamos LIVRES, pois, de todas as exigências que nos impuseram sem fundamento. Sejamos conscientes. Sejamos autodeterminantes. Sejamos leves. Sejamos descomplicados. Simplifiquemos, pois!
Devemos desconfiar de fórmulas prontas. Não levar a vida tão a sério. Não nos desgastarmos tentando ter o controle de tudo. Bem melhor nos entregarmos ao fluxo da vida. E, pode acreditar: tudo, ao seu tempo, se ajeitará.
Simplificar, pois, é engrandecer! Aumenta a consciência, a saúde, a alegria genuína e a gratidão pela vida. É claro que a escolha é estritamente nossa e que, no início, poderemos ter algum trabalho com essa reformulação do nosso ser, afinal, exigirá a mudança de uma série de padrões. Mas, então, teremos a eternidade para viver mais em paz e mais satisfeitos. E quem não está precisando disso?!