A escolha em dizer “não” à maternidade é ainda motivo de polêmica para muitos, mas por quê?

Esta não é uma escolha tão simples e objetiva, afinal é decorrente de uma série de particularidades da vida daquela mulher e de quem a rodeia. Muitas decisões não costumam ser conscientes, embora se acredite que sejam. Simplesmente fatos inesperados ocorrerem, o tempo passa e muito pode acontecer.

Muitas mulheres sabem que não desejam genuinamente ter filhos e apesar disso, os têm. Outras desejam, mas não conseguem engravidar ou de fato não os têm.

Há que se repensar sobre essa imagem feminina ligada à figura materna instintiva, já que na prática não é bem assim que acontece. “A mulher deve se tornar mãe, adotar aquele bebê em sua vida. Não são todas que têm essa aptidão. Muitas desejam viver e se dedicar a outras coisas e não há problema algum nisso. Por que o tabu? Há que se pensar se realmente as mães querem criar um filho, gestar ou apenas um bebê, afinal qual o desejo dela? Muitas mulheres costumam ser rotuladas de egoístas pelo fato de não desejarem dar à luz. Outras acabam sendo mães por pressões dos parceiros, família, sociedade ou sentimento de “dever feminino”. Isso é muito complicado.

Ter filhos não é fácil, não são meros bonecos que se brinca quando quer, exigem bastante psiquicamente e fisicamente. Criar um filho não se resume em pagar boas escolas e atividades extracurriculares, mas na devoção do cuidado, empatia e na capacidade de exercer autoridade ao mesmo tempo em que se demonstra afeto.

Filhos precisam da companhia dos pais, seja qual for a configuração familiar. Precisam ser ajudados em suas tarefas, ouvidos, abraçados e beijados.

Hoje a mulher pode conciliar este papel de mãe com a vida profissional, mas há que se pensar se estariam sendo de fato mães ou terceirizando os cuidados desse filho o tempo todo, com babás, atividades e outros cuidadores. Isso também ocorre com os pais, os quais muitas vezes renunciam ao seu papel, tornando-se ausentes ou meros provedores.

Leia Mais: Antes de escolher o pai (ou a mãe) de seus filhos pense bem

Há mulheres que simplesmente não nasceram para ser mães, e não há problema nisso. Assim como homens que não desejam ser pais. Não importa a configuração familiar, há que se ter uma reflexão, desejo e responsabilidade.

O triste é quando as crianças nascem e são criadas com pouco afeto e paciência. São preenchidas em uma série de atividades, porém vivem de migalhas afetivas. Crianças devem brincar, desenvolver a criatividade com auxílio, visitar parques, ver animais, usufruir desta fase tão importante para o desenvolvimento psíquico do adulto.

Há pais que além de passarem pouco tempo com os filhos, quando estão com eles os incluem em atividades adultas como supermercado, lojas e uma série de atividades que tornam torturante um momento que deveria ser de intenso prazer.

RECOMENDAMOS




Psicóloga, estudante de Psicanálise. Colunista do site Fãs da Psicanálise.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui