Quando uma pessoa é obsessiva por alguém ,ela não enxerga a pessoa, só vê a projeção de si mesmo no outro.
Sabe aqueles casos clássicos de fãs fundamentalistas que quase se matam por um ídolo ? Que gritam, esperneiam, choram, escrevem cartas quilométricas, quase tem uma síncope quando veem o ídolo ? Então, isso acontece, em geral, porque a pessoa nega a própria luz e vê sua luz projetada no outro.
Esse fenômeno é comum e até saudável na adolescência se for por pouco tempo, enquanto a pessoa constrói a própria identidade e começa a ter uma melhor percepção de si própria.Porém, se perdurar a vida toda, é importante a pessoa avaliar o quanto esse fenômeno não está, eventualmente, sendo uma fuga de si mesmo.Não é que o outro, ou seja, o ídolo não tenha luz, é que, quando o fã é obsessivo, em geral é projeção, não é empatia.
Por isso que o fã obsessivo nem sabe quem é o ídolo verdadeiramente e, na primeira coisa que o ídolo faz que o decepciona ele se frustra e, muitas vezes, passa a odiar o ídolo que ” amava “.
Isso acontece muito em relacionamentos também : quando estamos apaixonados, idealizamos e, quando enfim começamos a ver quem a pessoa é pelo fato da projeção ter baixado, achamos que fomos enganados por ela.
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Podemos admirar alguém, isso sim, é empatia. A gente vai com a cara da pessoa, gosta da energia,sente afinidade,mas não existe a idealização de que a pessoa é perfeita ou igual a nós.
Conseguimos percebê-la com todas as suas limitações e qualidades. Mas, quando vira uma obsessão, tem doença aí.
O mesmo acontece quando há ódio obsessivo. O fenômeno é o mesmo, a diferença é que no ódio obsessivo, a pessoa está projetando sua sombra no outro e não sua luz.
É muito fácil a obsessão da paixão e a obsessão do ódio se tornarem seu oposto, pois são as duas faces da mesma moeda.
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O que fazemos então para sairmos da obsessão e pararmos de nos ver nos outros ?
Reconhecemos nossa própria luz e acolhemos nossa própria sombra.
Meditação ajuda muito nesse sentido pois, com ela, saímos dessa polarização de luz e sombra, amor e ódio e nos reconectamos com o Ser.
(Imagem: Angela Josefiphine Photography/ facebook)
(Autora: Gisela Vallin)
(Fonte: giselavallin.com)
* Texto publicado com a autorização da autora
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