Já lhe disseram que você é cheio de “não me toques” ou, que você é sensível demais? É sério, tudo te causa incômodo, mais do que às outras pessoas. Seja em qualquer situação, por mais boba que possa parecer, você tem reações que muitos consideram exagerado. Emoções à flor da pele, assim que poderíamos te descrever. Acontece que sons ou odores fortes, luzes brilhantes, multidões… tudo lhe deixa extremamente incomodada.
O nome para isso? Alta sensibilidade ambiental. Sim, esse termo é característico de pessoas que sentem um grande estresse diante de certos estímulos sociais, físicos e emocionais que estão à sua volta. Longe de ser algo que parece piada, esse tipo de convívio pode alterar tanto a produtividade quanto o equilíbrio psicológico de uma pessoa.
Quando se fala em alta sensibilidade ambiental, fala-se também da psicologia ambiental, que estuda a maneira como nos relacionamos com o ambiente a nossa volta. Nessa interação, nosso organismo, nossa mente e também nossa cultura são levados em conta.
A psicologia explica que essa sensibilidade é baseada em uma série de condições muito específicas. Cada um de nós tem limiares de tolerância para certos estímulos; não podemos controlá-los e precisamos de estratégias pessoais para reduzir seu impacto sobre nós.
A Universidade de Harvard demonstrou que o cérebro das pessoas introvertidas se caracterizava precisamente por uma alta sensibilidade ambiental. Em média, um estilo de personalidade introvertido mostra mais atenção aos detalhes do cotidiano; um fato que muitas vezes gera uma sobrecarga no caso de haver um estímulo excessivo no ambiente.
Além disso, esse excesso de estímulos, sejam auditivos, visuais, táteis, etc., gera um nível mais elevado de estresse e exaustão. Sem mencionar outro fato importante: para alguém com alta sensibilidade, as emoções, ansiedades, preocupações e medos dos outros ficam impregnados na atmosfera do lugar, e nem todos sabem filtrá-los. Esse contágio emocional é outra ocorrência frequente em pessoas com alta sensibilidade ambiental.
Veja quais são as características mais comuns das pessoas com sensibilidade ambiental:
– Incomodo com luzes brilhantes, sons altos e cheiros;
– Ficam assustadas com sons repentinos, um carro freando, uma porta que se fecha, um copo que cai;
– Desconforto em locais onde há muitas pessoas ou muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo;
– Sente-se muito afetada pelas notícias negativas da mídia.
– É comum sentir raiva, tristeza e desapontamento ao ver ou ler fatos em que a humanidade é injusta ou violenta.
– Essas emoções se manifestam através da psicossomática: dor de cabeça, fadiga, problemas de pele…
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Formas de viver melhor com a sensibilidade ambiental
Nós não conseguiremos mudar o mundo, interromper festas, mudar o som e a luz de um local que nos causa incomodo, muitas vezes simplesmente não é possível modificar aquilo que nos causa estresse. Mas podemos realizar uma mudança interior, trabalhando a nossa imunidade emocional e sensorial.
– Identifique quais são seus estressores e como se defender deles (se for luz, coloque óculos, se for som, coloque fones de ouvido…);
– Aplique técnicas de relaxamento e atenção. Caso se sinta angustiado com um aglomerado de pessoas, fixe seus olhos sobre um estímulo fixo (a luz de um telhado, de uma janela, uma imagem, um aviso na rua…). Ao fazer isso, procure trabalhar sua respiração;
– Defina tempos de descanso ao longo do dia. Às vezes precisamos apenas de 5 minutos a cada 40 minutos para relaxar a mente. Basta caminhar um pouco, ir a um espaço onde há silêncio ou até meditar por alguns instantes;
– E finalmente, para evitar o contágio emocional, é necessário parar de se concentrar no exterior para olhar para nós mesmos. Tome consciência de suas próprias emoções e estabeleça uma barreira. Evite a permeabilidade, não deixe que nada altere sua calma, concentre-se em seu próprio estado mental.
Repare, todos, mais ou menos, somos sensíveis ao ambiente que nos circunda. No entanto, o limite é que todos esses estímulos nos afetem o mínimo possível para nos permitir viver bem conosco, com o ambiente e com os outros. Cabe a você colocar os filtros necessários para minimizar os incômodos que certos estímulos podem causar.
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