Hoje fui almoçar com minha irmã casada. Minha irmã que é mãe, que é também funcionária pública federal, magra e calma.

Estava precisando conversar com alguém assim. Ainda bem que não sou filha única, porque, sinceramente, não sei como se viram os filhos únicos quando querem um conselho sincero.

Já que amigos (via de regra) colocam “paninhos quentes” e não o dedo na cara da gente, como só os irmãos sabem fazer. Pois bem, ela me convidou para ir ao restaurante da “Dona Delícia”.

Esperta essa mulher, aproveitou o nome “sugestivo” e abriu um restaurante. Muito bom por sinal (recomendo). Como sempre cheguei muito cedo. Tenho este medo de me atrasar e, na maioria das vezes, chego muito antes nas coisas.

Pois bem, o restaurante ainda estava fechado e eu fiquei na porta vendo o movimento. Tem uma sinaleira naquela rua e o morro é bem inclinado. De repente o sinal abriu e uma mulher em um Celta, com placa de uma cidade do interior não conseguiu fazer o carro pegar. Fiquei com uma pena dela…

O trânsito estava uma loucura e os motoristas do centro da cidade, como sempre “muito solidários”, passavam buzinando. Um gritou: “tinha que ser do interior!” (já reparei que gritam isso para qualquer placa que não seja de Florianópolis. Não é um “privilégio” de quem tem placa de São José). E um motoqueiro berrou: “sua vaca!”

Puxa vida, ela não era “uma vaca”. Era uma mãe de família. Cabelo preso em um rabo de cavalo, óculos, roupa simples e sem maquiagem. Estava com 3 crianças no carro. Um em uma cadeirinha dessas de bebê, outro chupando bico e uma maior, de uns 12 anos, no banco da frente.

De repente parou um taxista, e se ofereceu para ajudar. Ele fez o carro pegar e ela pôde sair dali, pálida, assustada e as crianças mais ainda, todas com os olhos bem arregalados. Pois é…

Leia mais: O medo de dirigir: uma visão analítico comportamental

Que bela recepção, que linda imagem essa família de uma cidade pequena irá levar da capital, não é mesmo? Para que tanta estupidez ao volante? Juro que não entendo… Bom, minha irmã chegou e entramos no restaurante. Fim.

RECOMENDAMOS




Advogada. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui