O surgimento e popularização massiva das redes sociais vem, desde os anos 1990, incidindo em mudanças profundas na maneira como os indivíduos se comunicam e relacionam. Fato é que a emergência da Internet trouxe inúmeras mudanças para a sociedade, como a possibilidade de expressão e sociabilização através de ferramentas de comunicação mediada por computadores, de onde surgiram novas formas de conversação, novas formas de identificação e de construção do self.
Estas plataformas possibilitaram às pessoas construírem-se, interagirem e comunicarem-se entre si, gerando mutações profundas que são experimentadas em todos os aspectos da vida social, como, por exemplo, no próprio instinto de reconhecimento social ou o senso de “pertencimento” e satisfação, demonstrado, por exemplo, ao receber likes em uma foto recém-postada nas redes.
Ao passo em que as redes aproximam pessoas, geram reencontros, criam laços, diminuem distâncias e geram referências – a influência de pessoas públicas e de profissionais renomados nas redes sociais é tamanha que existem até ferramentas que avaliam estatisticamente como determinados profissionais desempenham nas redes sociais – outros impactos do uso contínuo destas ferramentas também têm sido frequente pauta de psiquiatras, psicólogos e profissionais da saúde.
Em um estudo apresentado em 2012 pela universidade americana de Utah Valley acerca dos impactos do uso do Facebook na percepção dos indivíduos sobre a vida alheia concluiu que, para os indivíduos que usam Facebook há muito tempo, é mais fácil lembrarem-se de mensagens positivas e imagens felizes postadas na rede, o que dá aos usuários a impressão de que os outros indivíduos são mais felizes. Ainda, quanto maior é tempo que as pessoas gastam na rede, mais tendem a acreditar que os outros são mais felizes e menos tendem a acreditar que a vida é justa, além de, quanto maior é a quantidade de “amigos” no Facebook que são desconhecidos da vida real, maior é a crença de que a vida alheia é melhor e superior.
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Quanto aos efeitos menos positivos desencadeados pelas ferramentas, pesquisadores da universidade alemã de Humboldt, em Berlim, elegeram o Instagram como a rede social com maior potencial nocivo aos seus usuários. Esta característica se deve a uma tendência recorrente no Instagram de forjar uma vida “perfeita”. Segundo o estudo, publicado em 2013, as fotos são os recursos mais capazes de expressar detalhes explícitos e implícitos de como é ser uma pessoa feliz, rica e bem-sucedida, o que pode provocar comparação social imediata e desencadear sentimentos de inferioridade, inveja e ressentimento.
Pesquisadores brasileiros também estão atentos ao fenômeno da comunicação por redes sociais e alertam para os riscos do uso excessivo de redes sociais. Segundo estes, algumas pessoas tendem a buscar refúgio na Internet como um canal alternativo ao convívio social, principalmente quando são incapazes de buscar essas relações no mundo real.
Os especialistas esclarecem que a emergência das redes sociais representa um avanço significativo na comunicação no mundo contemporâneo e que, se usadas com moderação, estas ferramentas podem ser benéficas enquanto meios de entretenimento. Os inúmeros malefícios potenciais são geralmente desencadeados pelo uso exagerado e indevido, o grande vilão neste processo.
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