A família não é apenas um grupo social, mas um núcleo que deve ter por base o amor, a união e a reconciliação.
De acordo com o dicionário, família é o “núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que, geralmente, compartilham o mesmo espaço e mantém entre si relação solidária”.
Associamos essa instituição a um grupo de pessoas formando uma estrutura familiar. Dentro desse grupo, cada membro exerce um papel diferente. Com toda mudança ocorrida ao longo do tempo com esse modelo familiar, esse núcleo ainda representa a célula mãe de uma sociedade.
Olhando um pouco além da matéria, percebemos na família uma oportunidade de crescimento e evolução. Por esse motivo a convivência familiar nem sempre é harmônica. Podemos observar em muitos núcleos familiares, pais que odeiam os filhos e filhos que não suportam os pais.
Em uma abordagem espiritualista, podemos descrever a família como um grupo de espíritos que se atraíram por laços afetivos ou ligações cármicas.
Os núcleos familiares são o ponto de encontro ideal para espíritos que necessitam reparar erros praticados. Na família, eles encontrarão os gatilhos e as armadilhas necessárias para cumprirem essa missão.
Em muitos momentos, encontramos mais afetividade com espíritos de outros núcleos familiares do que na nossa própria família. Ainda não compreendemos a função da família para nossa reforma interior, por isso, encontramos pessoas que têm mais espontaneidade e prazer no relacionamento com amigos do que com os membros de sua própria família.
A convivência em um núcleo familiar permite aos espíritos em desarmonia a possibilidade de um convívio sem máscaras.
No dia a dia, as máscaras são necessárias, afinal, desempenhamos vários papeis. No estágio evolutivo em que nos encontramos, precisamos das máscaras, pois elas nos auxiliam para manter em harmonia alguns ambientes em que ainda não conseguimos demonstrar o que sentimos e o que pensamos.
Desempenhamos vários personagens no nosso dia, bem diferente do que somos dentro do núcleo familiar. Ou você acredita que nesse plano poderá se mostrar exatamente como você é, sem ferir o outro ou ser ferido por alguém?
Ainda necessitamos fazer a adequação, de hora, pessoa e lugar.
Fazemos uso das máscaras quando estamos no trabalho. Precisamos desempenhar o papel de determinado profissional. Usamos as máscaras com os amigos e com os vizinhos, mas quando chegamos em casa nos mostram-nos como realmente somos.
Na família é onde aparecem todas nossas imperfeições, aquilo que viemos curar.
O grande empresário, carismático, harmonioso, companheiro, dentro do lar pode se tornar o marido autoritário, o pai severo e o vizinho encrenqueiro. A grande mulher de sucesso, sensível, amorosa com os colegas de trabalho e colaboradora, dentro do lar pode se transformar em uma mulher frágil, submissa e melancólica.
Leia Mais: Ninguém escolhe a família que vai nascer
Dentro do lar, uma pessoa pode encontrar dificuldades de relacionamentos com algum outro membro. Isso acontece porque deixaram pendência em outra estrada, quando caminharam lado a lado.
A sabedoria universal coloca esses seres com os mesmos laços consanguíneos, dividindo o mesmo caminho, para que haja a reparação.
O desconforto que esse membro da família sente hoje, não é culpa do outro. Essas dificuldades de relacionamentos foram criadas por ele mesmo, em um convívio anterior, em que as paixões do ego superaram o seu eu verdadeiro.
Fazemos parte de determinada instituição familiar para repararmos erros pretéritos. Para fecharmos ciclos que deixamos abertos em outros momentos de nossa existência.
Temos o poder de escolha, fechar esses ciclos nos harmonizando ou perder essa chance, voltar para o final da fila e esperar outra oportunidade.
Estamos a todo o momento fazendo escolhas. Para cada decisão, existirão várias alternativas. O grande mestre já dizia: “A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”. Dessa forma não temos dificuldades em compreender que recebemos na mesma proporção em que doamos.
Portanto, não devemos perder a oportunidade que a constituição familiar nos dá. Vamos fechar os ciclos e oportunizar novos recomeços.
É no contexto da família que encontramos os melhores gatilhos e as armadilhas necessárias para descobrir em nós o que viemos curar.
Um grande abraço e gratidão sempre.
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