Não há uma só empresa, um só departamento, um só ambiente que não sofra com a inveja que as pessoas sentem entre si.
ALBERTONI, 1996, escreveu que desejar e julgar são os pilares do ser humano, mas são também a fonte da inveja. O desejo frustrado faz com que tenhamos concentração em alguém que teve sucesso onde falhamos. Além de ficarmos tristes com nosso insucesso, ficamos também cheios de rancor com quem venceu.
A conseqüência mais comum deste rancor vindo de uma frustração acaba desabando em uma reação muito conhecida nas empresas: a desvalorização.
Desvalorização é a depreciação das boas qualidades de alguém com o intuito de provocar menos admiração pelo invejado e mais admiração do invejoso. Muitas vezes é comum o invejoso aparecer como vítima das situações.
Para aparentar ser melhor do que o outro, o invejoso usa da maledicência , fofocas e críticas negativas para desvalorizar o sucesso do outro.
O que mais me preocupa é que a inveja se manifesta de forma dissimulada através da fofoca. Digo aqui dissimulada porque muitas vezes o invejoso/fofoqueiro conta a sua visão da realidade manipulando a opinião de quem o escuta, criando um clima de desconfiança e desconforto para o invejado e também para todos que trabalham no ambiente da fofoca.
Não vou nem falar aqui daqueles que adoram uma fofoca, porque essa aí é uma outra patologia (quem gosta de ouvir fofoca é tão sádico quanto o fofoqueiro) .
Quando há no ambiente de trabalho um comportamento de fofoca depreciativa, tal comportamento deve ser imediatamente repelido pela liderança. A fofoca advinda de um invejoso pode não só acabar com a carreira do invejado como também criar um clima de desconfiança na equipe toda.
A fofoca e o fofoqueiro não podem ser tratados com normalidade como tenho visto nas empresas, pois eles são os responsáveis por criar os famosos “ambientes neuróticos”. E o pior disso tudo é que as pessoas convivem nestes ambientes e nem se dão conta do esquema de fofoca e inveja do qual fazem parte.
A pessoa que é a responsável por criar o clima de fofoca precisa se encaminhada para tratamento e vista como uma pessoa que precisa de ajuda.
(Autor: Dra. Sonia Pedreira de Cerqueira, psicanalista e coaching)