Somente tomando as rédeas de nossas vidas, mesmo que muitas vezes não controlemos os percalços pela frente, é que estaremos prontos para realmente adentrar um novo dia, um novo mês, um ano novo.
Porque então estaremos certos quanto ao que somos, podemos e devemos ser, quanto ao que queremos, quanto a quem devemos cativar com amor, dedicação e reciprocidade.
Inevitável chegar o fim de ano e iniciarmos algumas reflexões sobre o que fizemos ou não de nossas vidas, enquanto listamos promessas de mudanças para o ano que virá. Bem sabemos que se trata apenas de uma mudança de calendário, mas, mesmo assim, insistimos em vislumbrar novas chances de recomeço e redirecionamento a partir do suposto ciclo que se inicia à meia-noite do dia 31.
Nada será novo, não haverá novidade alguma, todos sabemos, caso não tomemos a iniciativa de mudarmos comportamentos e pontos de vista que nos impedem de avançar em direção à busca saudável de nossos sonhos; caso permaneçamos estagnados na morosidade cômoda da falsa segurança que a permanência traz.
Mudança requer coragem, enfrentamento, ousadia e lucidez, algo por que poucos estamos dispostos a lutar. É preciso mudar, por mais assustador que pareça. Antes de tudo, é preciso mudar.
É muito mais fácil e seguro mantermos fixas as nossas posições e atitudes, sem que nos lancemos ao oxigenar de idéias, ao repensar o que parecia certo, à desestabilidade de convicções enraizadas.
Agarrarmo-nos ao que nos prende à medíocre zona de conforto poderá até, de início, nos manter tranquilos, porém, as voltas que o mundo ao nosso redor dá acabarão por nos impacientar, clamando-nos por quebrarmos regras e paradigmas.
Porque a vida é movimento, é celeridade, é vai com ou sem volta, ter-se nada, nada se saber. É inconstância, sangue nas veias, suor e tremores nas mãos. Viver não se relaciona ao que não se mexe, não pulsa por dentro. Mais cedo ou mais tarde, seremos obrigados a enfrentar o redemoinho de sensações que as oscilações dos acontecimentos nos grita, chacoalhando-nos os sentidos, acordando-nos a alma.
De nada adiantarão promessas e desejos desacompanhados da tomada de decisões que nos torna sujeitos ativos e conscientes de nosso papel no rumo que se descortina à nossa frente diariamente.
Nada nos será mais útil do que nos conscientizarmos da responsabilidade que nos cabe quanto aos rumos que toma nossa jornada, quanto a tudo aquilo que nos acontece, de bom e de ruim.
Somente tomando as rédeas de nossas vidas, mesmo que muitas vezes não controlemos os percalços pela frente, é que estaremos prontos para realmente adentrar um novo dia, um novo mês, um ano novo.
Porque então estaremos certos quanto ao que somos, podemos e devemos ser, quanto ao que queremos, quanto a quem devemos cativar com amor, dedicação e reciprocidade. Porque então estaremos prontos para receber o novo, que sempre vem, junto a quem amamos e nos ama para uma vida toda.