Não é uma tarefa fácil definir o que é amor. Dos mitos à psicologia, da filosofia à religião, o amor é um tema com as mais diversas abordagens. A origem da palavra amor vem do latim, “amore”, que tem um significado complexo. Estudiosos apontam que essa expressão é derivada da base AM, de uma língua indo-européia, que deu ainda origem à palavra “mãe”.
A palavra amor tem a mesma significação de hoje: sentimento de desejo, afeição e paixão. Mas, o seu conceito se caracteriza em muitas formas de amor: materno, paterno, fraterno, físico, platônico, altruísta, à vida, pela natureza e os animais, entre outros.
Para expressar o amor são utilizados diversos símbolos: o desenho de um coração, a flecha que representa o cupido e a pomba que exprime o amor a Deus. Há uma gama de teorias que dificultam uma definição sobre o amor. Então, vamos sugerir algumas noções básicas.
O amor romântico é repetido exaustivamente, e ao longo dos tempos tornou-se a mais arrasadora das emoções. A doidice desse amor não se ampara na sinceridade, pois criou uma visão comercial do afeto, tendo com pano de fundo a venda de produtos: do sabonete ao seguro de vida.
O ocidente definiu esse sentimento como “amor verdadeiro”, senão obtido leva ao um cruel sofrimento. Mesmo assim, tem a traição como coisa normal e o sexo como único paradigma. É por isso, que os relacionamentos não são duradouros.
Essas disfunções são representadas em filmes e novelas, que mostram que para ser feliz é necessário viver um “amor ziguezague”. E pela internet, o amor líquido, é desfeito no apertar de uma tecla, com a mesma fugacidade do amor romântico.
Por outro lado, temos ensinamentos diferentes do amor romântico ou líquido. O psicanalista Erich Fromm nos mostra que o amor é como uma arte, onde todos têm o potencial para aprender. Contudo, requer respeito e cuidado constante, a fim de garantir relações amorosas sólidas.
Assim, o amor não abre espaço para o descanso. Ele exige crescimento e parceria, não importa que haja consenso ou conflito, pois o fato é de que dois seres humanos têm condições de viver juntos sua essência, por conseguinte não fugirão de si mesmos.
Portanto, o amor é a mais satisfatória resposta para o problema da existência humana, contribuindo com todos os jeitos de amar, como percebeu Fromm. Santo Agostinho, teólogo cristão, nos fornece essa mesma percepção de amor. Ele nos ensina que o amor sensual, e o amor transcendental, evolui do primeiro, que é mundano, para o segundo, que é pleno e divino.
Enfim, uma definição, que corrobora com essas concepções de amor, é a de Paracelso, médico e alquimista, que diz:
“Quem nada conhece, nada ama.
Quem nada pode fazer, nada compreende.
Quem nada compreende, nada vale.
Mas quem compreende também ama, observa, vê…
Quanto mais conhecimento houver inerente numa coisa,
tanto maior o amor…
Aquele que imagina que todos os frutos amadurecem ao mesmo tempo,
como as cerejas, nada sabe a respeito das uvas.”
Fonte: nhtv.com.br
(Imagem: Fabrizio Verrecchia)
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