1Não IA

Não se estresse. A indiferença menospreza mais do que o deboche e a raiva.

Muitas vezes, as pessoas nos ferem e nos traem com a intenção, mesmo que inconsciente, de nos fazer sofrer. Pode ser um traço perverso, um ciuminho bobo ou uma competição esdrúxula, mas a ideia é nos fazer sentir. Não dê esse gostinho para quem quer que deseje lhe ver triste. Para isso, quando alguém lhe ferir, substitua pela indiferença essas reações:

1. Explodir

Sim, às vezes, é demais. A pessoa extrapola todos os limites. Insiste e rompe com todas as fronteiras da paciência. A vontade é de deixar toda a raiva sair a jato. Gritar bem alto um monte de barbaridades. A sensação de alívio depois é grande, mas se você pensar bem é um alívio negativo. Não é uma energia boa, mais do que isso, você poderá ver nos olhos da pessoa o prazer de saber que conseguiu o que queria: atingir você. Então, respire fundo, pense duas vezes, dê meia volta e saia. Isso é uma facada na intenção de quem deseja cutucar você ou vê-lo irritado.

2. Cobrar

Dentro de uma relação de amizade, namoro ou família, todos sabem as diretrizes a se seguir. Os padrões mudam, mas o cerne de todo vínculo é o amor, fazer o bem, outras vezes fazer apenas aquilo que é o devido. Quando uma pessoa é irresponsável com os seus sentimentos, quando ela o desrespeita, não adianta cobrar, porque o apreço e a consideração é uma coisa de dentro para fora. Quanto maior a cobrança, mais evidente fica que o relacionamento não é saudável e demonstra uma necessidade de dependência que infla o ego de quem o desmerece. Assim, a relação pode acabar nesse ciclo vicioso: um não faz e o outro cobra, então, esse um se sente o rei da história e, a você, é agregado um valor de menor importância.

Então, se a pessoa não atende suas demandas. Não brigue ou mande um áudio gigante. Diga apenas “tudo bem” e procure alguém que atenda. Pode ter certeza que essa indiferença deixa qualquer um desconcertado e acaba com qualquer soberba. A importância vira de lado e você que sai por cima.

3. Debochar

Aquela risadinha de quem não se importa é puro fingimento. Ninguém ri quando é ferido. Debochar para desvalorizar quem lhe fez mal também sugere dor de cotovelo, orgulho de alguém que não quer dar o braço a torcer e admitir que está chateado. Isso é perigoso. Porque a pessoa pode acreditar e insistir, então, começa a feri-lo muito mais até um ponto que talvez você não aguente.

Sem falar que debochar é dar atenção, dizer que ainda se importa. E o que precisa mostrar é que doeu sim, mas você não irá mais aceitar. Então, em vez de debochar ou falar mal, dê a essa pessoa toda a sua indiferença, porque diferente do deboche, essa é uma superioridade verdadeira.

A indiferença faz a maldade e a agressão perderem a razão de ser. Coloca a pessoa em um lugar inferior porque você demonstra que se dá ao respeito ao não aceitar determinadas atitudes e, ao mesmo tempo, faz isso com maturidade e, principalmente, elegância.
A indiferença corta a pessoa que o feriu e deixa claro que ela agiu errado e perdeu sua estima e admiração. Que a partir daquele momento ela deixou de ter importância na sua vida. E mais do que fazer bem a você, isso desestimula os outros a fazerem mal, o que educa o mundo.

Então, da próxima vez que alguém lhe atingir, no máximo um beijinho no ombro, e vida que segue. Porque, mais do que desvalorizar a dor que o agressor lhe causou, existe uma vida linda lá fora que vale muito mais a pena do que ficar preso a essa energia de gente medíocre.

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(Imagem: Маша Реймерс)

Luciano Cazz

"Luciano Cazz é publicitário, ator, roteirista e autor do livro A TEMPESTADE DEPOIS DO ARCO-ÍRIS." Quer adquirir o livro? Clique no link que está aí em cima! E boa leitura!

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