Amor

Na matemática do amor, nem sempre um mais um é igual a dois

Lá vem ela toda prosa, achando que sabe de tudo! Acordamos e dormimos pensando nela, seja na hora de levantar ou escolher a roupa para usar. É ela quem define o caminho do trabalho, o restaurante do almoço, e como não poderia deixar de ser, é ela quem dita as regras de muitos relacionamentos, inclusive amorosos! Sabe de quem eu estou falando? Ela mesma, a rotina!

A rotina costuma ser taxada como a grande vilã dos fins de alguns relacionamentos, ou ainda da manutenção de outros tantos. Mas será que é assim tão simples definir a forma como nos relacionamos? Muitos anos ao lado de uma pessoa nos trás certamente muitos ganhos importantes, afinal de contas, é muito bacana você saber que quem está ao seu lado te ajuda em momentos de dificuldades, mas que também se alegra e torce pelas suas conquistas. Entretanto, nem sempre vemos isso em muitos relacionamentos.

Nesse momento é muito fácil colocar a “culpa” na rotina, até porque é através dela que você consegue visualizar de fato as escolhas que são feitas e, com isso, as consequências que vem a reboque. É bem comum frases do tipo “ele não liga mais para isso, já caiu na rotina!”, ou ainda “sair para um lugar que não conhecemos, acho que pode dar tudo errado!”. Mas já parou para pensar que você é responsável pelas escolhas que te levarão a formar a sua rotina? Consegue perceber que se não houver um esforço mútuo para alimentar de forma saudável seu relacionamento, ele provavelmente vai adoecer?

É nesse momento que muitos relacionamentos começam a perder a razão de ser, afinal, fastfood pode até ser gostoso e te dar pequenos prazeres, mas não podemos viver de forma saudável se nossa única fonte de alimentação é essa. Do mesmo modo, não é possível viver bem em um relacionamento que é bonito para os outros, mas que te traz sofrimento, angústia, que não te valoriza. E no meio disso tudo, na matemática da vida nem sempre dois mais dois é igual a quatro! Se o seu relacionamento tem esgotado as suas energias e você tem percebido que ele te agrega muito pouco, repense se realmente está valendo a pena permanecer na mesma posição por conta da rotina.

Mudar de ares pode ser a melhor escolha que você fará por si mesmo. E isso não é regredir como muitas vezes as nossas crenças pessoais podem nos levar a acreditar, muito pelo contrário. Abrir mão de um outro que só faz figuração na sua vida é uma atitude que exige além de muita coragem, perseverança. Porque mudar não é fácil, mas é necessário.

Adapte-se a você, e se preciso for comece tudo outra vez como dizia a música de Raul Seixas, tente outra vez! “Queira, basta ser sincero e desejar profundo. Você será capaz de sacudir o mundo vai! Tente outra vez!”. E continue tentando, e aprendendo e ensinando, o grande barato da vida está em viver realmente. Não seja o coadjuvante da sua história, seja seu protagonista, seja sempre seu melhor!

Imagem: Toa Heftiba

Camila Ribeiro Alencar

Psicóloga. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

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