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Mitos sobre inteligência emocional

Entre as muitas qualidades necessárias para sobreviver no mercado de trabalho que não são ensinadas na faculdade, a inteligência emocional é uma das mais importantes. “Desde cedo, a escola nos ensina a valorizar apenas os conhecimentos gerais, como história e geografia, ou então a inteligência lógico-matemática, deixando as emoções de lado”, afirma o CEO da Enora Leaders, João Marcelo Furlan.

Ignorado nas classes, o tema acaba cercado de dúvidas e mal-entendido, o que cria uma lacuna importante no futuro profissional dos alunos. De acordo com Furlan, o problema é que a maioria das pessoas ignora o valor do QE (Quociente Emocional) e ainda acredita que o famoso QI é o principal ingrediente para o sucesso.

Uma pesquisa feita pela consultoria TalentSmart mostrou que 90% dos profissionais com alto desempenho têm uma boa gestão de suas emoções. “Costuma-se dizer que as empresas contratam pelo QI e demitem pelo QE”, diz o especialista.

Isso porque as competências emocionais definem como a pessoa vai se relacionar com a equipe e lidar com dificuldades – fatores importantes para continuar empregado ou até ser promovido.

Veja abaixo alguns mitos sobre o tema.

– Significa evitar emoções: um dos grandes mal-entendidos sobre o assunto é associá-lo à necessidade de reprimir o que se sente. Segundo o consultor Minoru Ueda, autor do livro “Competência Emocional: Quanto Antes, Melhor!”, é exatamente o contrário. “Você não deve punir suas emoções, mas sim observá-las, avaliá-las e educá-las”, explica ele.

– Significa ser emotivo: do outro lado, muita gente também pensa que o tópico tem a ver com expressar-se demais ou chorar com frequência. Conforme Furlan, trata-se de controlar a manifestação das emoções e não um ou outro extremo.

– É assunto para livros de autoajuda: Ueda também diz que algumas pessoas ignoram a natureza científica do tema. “Como tem a ver com emoções, logo pensam que se trata de autoajuda”, comenta o consultor. Não é a verdade. Discutido desde os anos 1960, o conceito de popularizou com a publicação do livro do psicólogo Daniel Goleman “Inteligência Emocional, de 1995. Desde então, tem sido pauta de pesquisas e produções acadêmicas no mundo todo.

– É um talento inato: é real que algumas pessoas têm uma tendência natural a lidar bem as suas emoções ou as dos outros. Porém, isso não significa que a característica seja um dom. “É algo perfeitamente treinável”, ressalta Ueda, que complementa: “Qualquer um pode desenvolver essa capacidade a partir do momento em que perceber o benefício para si e para os outros”.

– Pode ser adquirida em cursos: ao contrário de outras competências comportamentais, a inteligência emocional não pode ser aprendida apenas em cursos, livros ou palestras. Segundo Furlan, a aprendizagem num contexto mais abrangente passa, necessariamente, pela experiência prática, no cotidiano.

(Autora: Claudia Gasparini)

(Fonte: EXAME.com)

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