Amor

“A ironia da dor é querer ser consolado por quem lhe machucou”

Esses dias eu li essa frase aqui na página do Facebook do Fãs da Psicanálise. Essa frase não saiu da minha mente por semanas. Fiquei tentando decifrar os tons e camadas da dor da pessoa que sabiamente a expressou. Uma verdade que poucos têm coragem de admitir.

Li comentários dos mais diversos: uns concordando, uns compartilhando, outros condenando, outros menosprezando a dor de quem se sente assim. Mesmo assim, de um modo geral, creio que devamos encarar que este é um processo de dor plena e que ele existe sim, para desespero de quem sente.

Quem sofre por um amor não correspondido ou por uma perda repentina, no desespero, às vezes tem a fuga de imaginar que “nada disso é verdade” ou “só posso estar num pesadelo, vou acordar”.

Quem está no auge da dor, ironicamente gostaria de ter a palavra, o ombro amigo ou o carinho daquele que se foi. Daquele que representava a felicidade e o amor. Daquele que era paz e conforto, do porto seguro, do abraço que aninhava.

Quando a partida é inesperada ou a apunhalada pelas costas vem como um furacão, buscamos conforto naqueles que amamos, e geralmente quem representava isso era justamente o “traidor” ou o que partiu inesperadamente, por exemplo.

Respeitar esse processo é fundamental, mais fundamental ainda é compreender que o nome disso é SOFRIMENTO e que ele não vai embora com palavras, pensamentos ou passe de mágica. O sofrimento vai embora com o tempo e com o equilíbrio que vem com ele, com o pensamento racional, com a terapia, com a retomada da consciência, com o acordar.

Esse luto é duro, demora, tortura, destrói, corrói. Mas o que fazer para sair do ciclo da dor? Não tenho essa resposta. Mas acredito que o mais razoável é esperar. Respeitar o tempo do luto e então, seguir em frente.

Cada um no seu tempo, cada qual com sua dor. Não julgue a dor do outro, não é você quem está sentindo.

Caroline Scharlau

Jornalista por formação, profissional de marketing por opção, escritora por paixão. Mãe, viajante solitária, ex-obesa, eterna aprendiz. É colunista do Fãs de Psicanálise.

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