Sim, fique com alguém que descubra a melhor versão de você mesmo.

Por mais que seja equivocado se espelhar na opinião alheia para gostar de si mesmo, é muito chato conviver com gente que só nos deprecia , que só enxerga o que fazemos de errado, que nada daquilo que temos de bom tem um valor significativo.

Se amo carne e detesto peixe , não adianta me servirem uma bacalhoada maravilhosa , super bem feita. Provavelmente um bife meia boca vai me agradar mais. O mesmo ocorre com as pessoas. Não adianta alguém ser uma pessoa incrível, divertida, inteligente , cheia de bons sentimentos se o parceiro valoriza, por exemplo, determinadas características físicas e/ou uma habilidade para fazer algo que não sabemos fazer.

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Não adianta cozinhar bem se o parceiro não curte comer. Não adianta saber contar bem uma piada se o outro não tem senso de humor.

Enfim, as qualidades positivas por si só não têm tanta importância assim. O que torna um atributo físico, emocional ou intelectual realmente valoroso na dinâmica de uma parceria afetiva é a demanda do outro, é o que outro espera de nós e do relacionamento como um todo.

Por tal razão, é perda de tempo e energia total ficar se enquadrando no estilo de vida do outro. Ficar se adaptando para agradar o parceiro, para fazê-lo gostar de nós.

Se a gente precisa fazer força para agradar, se a gente precisa deixar de ser a gente mesmo, se a gente precisa deixar de nos expressar livremente, se a gente precisa deixar de fazer as coisas que gostamos, se a gente precisa mudar a nossa aparência física por meio de dietas rigorosas , intervenções cirúrgicas e estéticas, a pessoa não está realmente na nossa.

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Dietas e intervenções cirúrgicas e estéticas compensam se o desejo de mudar a aparência vem de nós e não do outro, não da necessidade de manter a relação custe o que custar , doa a quem doer.

Existem inúmeras possibilidades na vida. Então, por que se acomodar com alguém que torna a nossa vida incômoda? Por que ficar com alguém que preferiria estar com outro tipo de pessoa? Por que se ver através de um espelho que nos oferece uma imagem suja e embaçada por mais que saibamos que a imagem “verdadeira” é bem bacana?

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Profa. doutora , idealizadora da Pós em Cinema do Complexo FMU, escritora e psicanalista. É colunista do site Fãs da Psicanálise.

3 COMENTÁRIOS

  1. Muito bom esse artigo! Realmente temos que gostar do outro com as virtudes e os defeitos que são intrínsecos a sua personalidade, mas se algo no outro o incomoda, não vejo porque encarar uma vida a dois, se haverá desacordos e transtornos que possivelmente romperá a relação. Fique ligado!!!

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