Filha, a vida é um sopro, e talvez você demore para entender isto. Eu sei, não posso te proteger do mundo, mas eu vou te falar algumas coisas que, talvez, te ajudem a tomar algumas decisões no futuro.
Você vai se apaixonar muitas vezes. Então não é o Bernardo, pelo qual você chorou na semana passada porque ele saiu correndo, ao te ver com uma cartinha, o seu grande amor.
Quero dizer, é possível que seja ele, mas eu duvido muito. Todos nós temos um Bernardo que nos parte o nosso pequeno e ingênuo coração na infância, sabe? Felizmente, se torna tão irrelevante que até esquecemos o nome daquela pessoa. O Bernardo passará.
Depois dele, você vai amar algumas pessoas – ou pelo menos sentirá algo tão forte que confundirá com amor – mas nem sempre elas irão te amar também. Muitas vezes o seu coração não encaixará no coração do outro, muitas vezes o coração do outro já terá alguém morando nele.
Como se isso já não fosse complicado o suficiente, algumas pessoas te amarão apenas nos bons momentos ou enquanto você for útil a elas – são estas as que mais irão te decepcionar.
É isso que você precisará aprender: dar o seu coração para alguém não será garantia de que a pessoa cuidará bem dele. Muitas pessoas irão machucá-lo, algumas querendo e outras sem querer.
Algumas pessoas vão te decepcionar por ser exatamente como são, outras, por não saber como lidar com as suas diferenças. Você aprenderá que amor precisa ser algo bem maior do que um “te amo”.
Ah, você não precisa casar se não quiser/puder. A vida é muito maior do que uma festa, um vestido de noiva e um anel no dedo. Amor de verdade não precisa de vestimentas e protocolos. Claro, se quiser, casamentos são bacanas: pessoas emocionadas, declarações públicas de amor e registros de todos os tipos de um dos maiores ritos de passagem da vida.
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Tenha uma família, você precisará dela. Eu sei, talvez você não queira casar e ter filhos, e tudo bem com isso, você pode conquistar o mundo inteiro sozinha, se quiser.
Ter uma família não tem haver com filhos ou seguir algum padrão específico, necessariamente, está mais para as pessoas que escolhemos para compartilhar a vida, o tempo e o amor.
Claro, independente do que escolher, se um dia encontrar uma pessoa que compre os seus sonhos e os apoie, você será feliz com ela. Se ela dividir as tarefas, você terá um parceiro.
Se você encontrar alguém que te escute e te compreenda, você terá um confidente. Se ele te enxergar como a parte mais essencial do seu dia, então ele será “o cara”. O segundo cara mais importante da sua vida, claro.
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Entretanto, se um dia acabar e, por algum motivo, ele se for, você não morrerá por isso. E aqui vai a maior verdade que aprendi: o grande amor da sua vida sempre será você mesma. Por isso, se permita ter ao lado apenas alguém que te ame com a mesma intensidade que você se ama.
Ah, e seja feliz sempre. Leve esse sorriso de criança para qualquer lugar que você for.
Autor: Francisco Galarreta
Via nosso site parceiro Antes da Sobremesa