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Fechando-se para as maldades alheias!

“O bem-estar na vida obtém-se com o aperfeiçoamento da convivência entre os homens.” (Textos Judaicos)

Chega uma etapa de nossas vidas em que já estamos um pouco cheios de ver as tantas conspirações, problemas de “dor-de-cotovelo” de alunos, ex-aluno, e etc. A Europa ainda está cheia de problemas em relação à forma humana de convivência; são tantas histórias entre mestres, alunos, problemas com pessoas de uma mesma escola, ideais, idéias, conflitos que se convertem em confrontos…

Em profundidade, todos estamos à mercê de verdades mais particulares e mais próximas; íntimas circunstâncias que se mesclam com impressões externas que acabam por deteriorar as virtudes cedendo lugar aos vícios.

Concordo com o escritor Fernando Sabino quando este diz que “a convivência é feita também de silêncio, e distância.” Tudo possui um tempo! As razões, as verdades, as certezas… Transitamos em realidades que tendem a se modificar à medida que amadurecemos e passamos a descobrir que nem tudo que pensamos ser de uma maneira, de fato, assim o é; estamos mais perdidos, mais “atontados”, por estarmos vivenciando situações, seja via internet, ou mesmo em escalas mais íntimas, diferentes das, então, experimentadas anteriormente, em outras décadas. Nada nem ninguém está acima das maldades alheias!

Desde que o mundo é mundo que as pessoas se dividem em grupos, conspiram, organizam-se em favor de alguns, contra outros… A questão, se assim podemos dizer, que mais atordoa a mente humana está sempre recheada de cólera, paixão, sentimentos abrasivos que, em verdade, nada mais são que o contrário adormecido – admiração, amor, desejo.

É sempre assim, somos parte de um universo com princípios e verdades relativas, tangíveis, partes de um ponto de ebulição que tenta abarcar tudo a sua volta. Não seria mais fácil reconhecer os sentimentos que, verdadeiramente, sentimos? Qual a necessidade de destruir? Pode ser, isso dizem os sábios, que em decorrência do apego, da paixão descontrolada, o sentimento de posse estabelece padrões que surpreendem a própria pessoa.

Em particular observação, penso que corresponde a uma ordem particular e a um funcionamento orgânico, cuja meta é ocultada e jamais revelada; quiçá, por acreditarem, os que assim atuam, que não existe mais possibilidade de resolução; o velho jargão : “se eu não tenho, ninguém terá!” Ainda estamos nisso?

De uma maneira ou de outra, os extremos sempre fizeram parte do universo; positivo e negativo fomentam o movimento que gera o progresso e evolução. Sem eles estaríamos estagnados. Por mais que as circunstâncias às vezes se coloquem de maneira difícil e problemática, há de se lembrar que algo nos está movendo para algum outro posicionamento; encaixe.

Em paralelo, é em nós, ou em nossas movimentações, que ambos os extremos se bifurcam em um tipo de dualismo que é também complementação. Pelo menos em minha vida foi assim! Busquei ver cada ponto, cada detalhe, cada circunstância e o que eu poderia aprender com cada uma delas. Serão muitos os momentos da vida em que adentraremos em espirais negativas, surpresas que nos tirarão o chão debaixo de nossos pés; mesmo assim, eu penso que é somente em posições inversas e complementares que cada fase se revela, por conseguinte, fechando-se em completa resolução.

A questão mais importante se resume naquilo que carregamos dentro; na forma com que desenvolvemos nossos pensamentos. Vivemos uma vida que está organizada em fases e ciclos que representam um universo de reajustes onde se chocam forças diversas; pensamentos conflituosos, atitudes, ações que mais funcionam como artefato de reorganização dos meios pelos quais todos nós delineamos nossas posições.

Por este viés, o que levamos dentro é o que demonstrará que, por mais que nos pareça estranho, a luta é, portanto, parte de uma caminhada necessária; e, assim sendo, observando em profundidade, ela se torna útil, fundamental, criadora, inevitável.

“Se você odeia alguém, é porque odeia alguma coisa nele que faz parte de você. O que não faz parte de nós não nos perturba.” (Hermann Hesse)

(Autor:  Jordan Augusto)

(Fonte: bugei.com.br)

Fãs da Psicanálise

A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

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