O sonho da maternidade, até bem pouco tempo, se concretizava quando a mulher estava na faixa etária dos 20 anos, período considerado fisicamente ideal para a gravidez.
Hoje, no entanto, essa escolha vem sendo prorrogada cada vez mais. Mas, será que existe uma idade apropriada para engravidar? Na faixa dos 20 anos? Dos trinta? Quando o corpo estará realmente preparado para a chegada de um bebê?
A maior vantagem em engravidar, aos 20 e poucos anos, diz respeito à saúde. Isto porque, os riscos de doenças como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia são menores nesta fase.
“Entretanto, levando em consideração que, atualmente, existe um prolongamento da adolescência, a falta de maturidade pode atrapalhar em algumas situações”, destaca o ginecologista especialista em reprodução humana da Criogênesis, Renato de Oliveira.
Já por volta dos trinta anos, é o período mais prático para engravidar. Ainda que os óvulos sejam um pouco mais velhos, a estabilidade financeira e emocional faz com que a mulher aproveite e curta muito mais a maternidade, influenciando o bem-estar, tanto dela, quanto do bebê.
“Além disso, nesta fase, a futura mamãe pode se dar ao luxo de cuidar-se muito mais, com massagens, tratamentos, exercícios físicos apropriados, entre outros”, acrescenta.
E quando a mulher tem mais de 35 anos? Nessa idade, os obstetras já consideram a gestação de risco e ainda alertam para a queda significativa da fertilidade feminina.
“Ao nascer, a menina já perde 80% dos óvulos e na puberdade restam de 300 a 500 mil. Em 30 anos de vida reprodutiva, estima-se que apenas 500 óvulos serão selecionados para serem ovulados. E, depois dos 35 anos, tanto a quantidade, quanto a qualidade dos óvulos diminui, levando a menores chances para engravidar”, explica o ginecologista.
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A medicina reprodutiva, no entanto, oferece alguns recursos para ajudar as mulheres que adiam a gravidez, dentre eles, o congelamento de óvulos e a técnica de fertilização in vitro.
A médica explica que, o congelamento dos gametas femininos possibilita à mulher estocar e preservar seus óvulos jovens antes de perderem a qualidade, ou antes, da perda total da função ovariana, possibilitando que, mais tarde, quando estiver decidida, obtenha sucesso na gravidez.
“A criopreservação dos óvulos é realizada por meio de vitrificação, que protege a célula e mantém suas funções. Por serem células grandes e cheias de água em sua composição, elas são desidratadas e depois imersas em um meio crioprotetor para serem congeladas”, explica.
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Quando a mulher decidir utilizar os seus óvulos, eles serão descongelados e fertilizados com espermatozoides. Por isso, o tratamento deve ser sempre a fertilização in vitro (FIV).
“Os embriões formados serão transferidos para o útero e o teste de gravidez é feito 12 dias após”, esclarece o médico. A questão da idade é um dos fatores preponderantes para uma gravidez. Por isso, as mulheres devem estar atentas a esse detalhe, sobretudo, se pretendem ter filhos mais tarde.
Fonte: Bonde