Desde que eu era criança, eu sempre soube que algum dia eu teria meus próprios filhos. Eu nunca questionei isso. Ser mãe era algo que eu sempre quis.
Mas a mãe que eu pensei que eu seria é muito, muito diferente da mãe que eu realmente acabei me tornando. Oito anos e três filhos mais tarde, eu descobri que esta coisa de “mãe” não é tão fácil como eu um dia acreditei. Porque antes da gente ter filhos, temos muitas fantasias sobre o que será a maternidade.
No meu caso, eu pensei que seria um pouco mais como brincar de casinha do que realmente é.
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Você se lembra de brincar de casinha… vestir “bonecas” em roupas bonitinhas, ter boas receitas para o jantar, ir às compras.
Eu imaginei que eu iria para massagem todos os dias, pegaria um café para tomar na minha cafeteria preferida ao longo do meu caminho e seria voluntária para as festinhas de sala de aula dos filhos trazendo junto comigo a mais surpreendente receita feita na noite anterior. E ainda passaria meus dias fazendo artesanato, indo para parques e jogando bola com meus filhos.
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Caindo na real, é um pouco mais do que isso. Eu não me planejei para todas as lutas reais da vida: finanças, relacionamentos, doenças ou simplesmente os pequenos aborrecimentos de todos os dias. Eu não previ que eu teria sentimentos de derrota, inadequação e ficaria completamente exausta mentalmente e fisicamente.
Na verdade, eu grito muito mais do que eu quero, sou muito mais impaciente do que eu jamais pensei que seria e eu não estou sempre no controle de minhas emoções. Para mim, ser mãe está mais parecido com ser uma louca de múltiplas personalidades. Pelo menos, é assim que tenho me sentido ultimamente.
Tem hora que eu aconchego meu filho, sorrindo pra ele e concluindo quão lindo ele é. Em silêncio eu o ajudo a aprender uma nova atividade e com muito amor eu leio pra ele uma história pra dormir. E tem hora que eu me vejo sendo fisicamente agredida pelo meu filhinho lindo de dois anos que morde meu braço e aperta o meu pescoço porque eu queria que ele colocasse a calça comprida.
Mas dois minutos mais tarde do episódio da calça, eu já estou de volta às lágrimas só que de alegria por ficar tão derretida e orgulhosa porque ele fez um desenho pra mim ou porque ele me deu um abraço gostoso.
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Eu realmente acho engraçado o quão difícil as coisas mais básicas podem ser quando você tem filhos pequenos. Nunca imaginei que algumas coisas levariam tanto tempo ou seriam uma luta tão grande. Coisas simples e normais tais como, fazer com que meus filhos comam algo, entrar no carro, colocar sapatos, usar um banheiro.
Eu certamente nunca pensei que poderia dar tanto trabalho (até ao ponto de ficar suando) ir ao supermercado carregando uma criança, empurrar o carrinho, correr atrás de um fugitivo e fazer de tudo para evitar qualquer chilique até chegar de volta ao carro.
E ainda tem a minha casa, que eu a descreveria como um caos absoluto. Eu faço o meu melhor para deixá-la arrumada mas é inevitável louças e mamadeiras espalhadas, coisas pelo chão, roupas para lavar e os brinquedos … ah… os brinquedos. Eu tenho muita boa vontade de vê-los todos guardados cuidadosamente em caixas separadas e manter tudo assim hermeticamente separadinho. Mas isto é simplesmente uma piada.
E assim, eu sou DEFINITIVAMENTE não a mãe que eu pensei que seria. Estou longe disso. Cada dia eu me dou conta de quão longe do ideal eu realmente estou. Como eu estou distante dos padrões.
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Minha casa pode não ser a mais limpa e organizada, meus filhos muitas vezes não estão arrumadinhos como eu sonhei, eu não sou legal, eu definitivamente não sou paciente, eu perco a paciência … muito, e, de acordo com meus filhos, eu não sou justa … nunca.
Mas eu estou aqui para eles, não importa como. A mãe lunática aqui os ama completamente. E assim vou tentando através desta coisa chamada maternidade … vivendo um dia e depois o outro, com um passo de cada vez afim de fazer o meu melhor. Meus filhos são a minha vida. Tudo o que posso fazer é rezar para que a mãe que eu acabei me tornando seja sempre suficiente.
Este texto é uma tradução livre do texto: I’m Not The Mom I Thought (and Hoped) I Would Be