Quando a gente recebe a notícia que a melhor amiga ou irmã está grávida, nossa primeira reação é dizer “ah, mentira”, “para de brincar”, “é sério?”. Em seguida a gente ri, sorri, chora e deseja parabéns.
É uma felicidade sem tamanho, sem proporção, sem medida. Postamos foto no Facebook com a mão na barriga tamanho melancia, ajudamos nos preparativos do chá de bebê, aguardamos o grande dia. E quando o grande dia chega, estamos mais nervosas e ansiosas que a própria mãe. Afinal, ela já vem se preparando há nove meses.
Nós, tias, não sabemos o que fazer ou falar, se não ficar na sala de espera e aguardar o momento de conhecer o anjinho que chegou na Terra.
Dizem que amor de mãe é o maior amor que existe, que é incomparável e inexplicável. Bem, existe várias formas de amar. Não existe quem ama de mais, ou de menos. Amor de tia é puro como de uma avó, cuidadoso como de uma mãe e protetor como de um pai.
Tia cria laço de amizade com o sobrinho, quer estar presente em cada novidade, se torna confidente de vida. Não sei como definir o amor de tia, é indescritível. É sorrir por tudo e chorar por nada e almejar que tenha uma vida trilhada no caminho da luz, que seja uma pessoa boa e faça sempre o bem, o resto é consequência que a vida se encarrega de colocar no caminho.
Que saiba aproveitar as oportunidades, aprenda que não se morre de amor, que todo erro é um aprendizado, mas que é burrice repetir os mesmos erros e que não veja a sua mãe como uma velha chata por não te deixar sair à noite. Que saiba ser humilde, simples e cultivar suas amizades.
De início, tentamos ser tias presentes. Com direito a passeio, a banho, a dar mamadeira, colocar para nanar, só não trocar a fralda – isso deixamos com as mães. Mas a rotina vem com um tapa-na-cara-de-realidade e te lembra dos compromissos, das reuniões, do trabalho e etc. Quanto mais a distância, mais a saudade.
Sorte das tias que estão presentes nos primeiros passos sem que veja só por um vídeo postado, presente na primeira queda do dente de leite e o seu primeiro dia na creche.
Mas bem, se uma coisa que tia aprende é que distância não significa nada, que ser tia é muito mais que só presentes de aniversário e que não existe empecilho que nos faça ficar ausentes quando precisarem de nós, titias corujas e babonas.
Ei sobrinho(a), não escute sua mãe quando ela dizer “não vai com a sua tia doida”. Ela não entende minha forma de me comunicar com você, sequer as caretas. Eu não faço a menor ideia de como é ser mãe, de ser inteiramente responsável por uma vida, nem de como é passar a noite em claro cuidando de você e qualquer outra coisa que só mães fazem. O tempo não passa, voa. E caso eu não esteja perto de você, saiba que eu estou presente.
Cá entre nós, segredo, sua mãe tem razão: Eu sou doida… Doida por você!
Lindo texto, Ana da Mata, é isso mesmo. Traduziu muito bem o amor de tia. Parabéns!
Linda reflexão, Ana da Mata! Traduziu perfeitamente como me sinto, sendo tia e não mãe.
BONITO TEXTO DA AUTORA, SENTIMENTO BOM. AINDA EXISTE O DIA DA TIA E DA MADRINHA. LAMENTAVELMENTE OS SENTIMENTOS MUDAM E AS PERDAS OCORREM, NÃO SE CONSERTAM. UM ELEFANTE NUNCA DEVE ENTRAR EM UMA LOJA DE CRISTAL. AS PERDAS EMOCIONAIS / MORAIS / PSICOLÓGICAS NÃO PODEM SER REPARADAS. O SENTIMENTO DE TER SIDO LESADA É IMPOSSÍVEL DE SER ESCONDIDO. PREFERIA NÃO TER ESSE TIPO DE EXPERIÊNCIA. PARABENIZO AS TIAS E MADRINHAS QUE PERMANECEM EM SEUS “POSTOS” ADQUIRIDOS COM MUITO AFETO.