Depois de muito tempo, eu aprendi que não é possível segurar alguém. Quando o outro escolhe, seja lá qual seja sua escolha, nem sempre há como impedir. Hoje eu aprendi que libertar é melhor do que aprisionar, que desapegar é melhor que sufocar. Assim, minha vida segue…
Eu já tive tanta vontade de ter comigo determinada pessoa que, tudo o que eu fazia, só a afastava de mim. Era sentir a impotência diante de suas mãos, onde nada poderia ser feito. Eu quis tanto e apertei tanto alguém contra mim, que a única coisa que o outro quis foi me deixar… E eu fiquei.
Hoje, eu o deixo livre. Não por amar menos, mas, por saber que quando alguém nasce com o único propósito de ser seu, ele será. Não importa o tempo que passe ou, muito menos, a distância. Ele será seu. Voltará pra você, assim como aquele pássaro que você cuida, dá comida, carinho, mas não o prende. O deixa livre para ir, se um dia ele quiser ir. E quando quiser voltar, saberá o caminho.
Temos o péssimo hábito de pensar que as pessoas nos pertencem, que podemos controlar tudo e todo mundo. Não podemos, não. A sensação de perda do controle é muito mais terrível do que a sensação do “deixar ir”. Acredite em mim. Quando você deixa o outro livre o faz pensar que você é alguém que vale a pena, já que, assim como a maioria, não o quer controlar. Você quer apenas que ele viva os próprios sonhos, viaje, encontre o que quiser encontrar, conheça outras pessoas e que um dia, volte. E, se não voltar, que pena! Terá perdido uma rara e única forma de amar.
“Quando você se despediu de mim e eu não impedi que fosse, não fiz meus dramas e nem me descabelei, não foi, de forma alguma, por eu ter desistido de você. Eu não desisti. Conheço meus sentimentos e compreendo cada um deles e a verdade daqueles que sinto por você. Mas eu não poderia impedir que fizesse suas escolhas, que vivesse suas histórias… Não, meu amor, eu não desisti de você, eu apenas o soltei…”
Quando o que temos é real, é puro, é único, nada coloca um fim. Pelo contrário, ele inicia a partir do momento em que você solta. As pessoas normalmente, esperam que sejam presas e, devido a isso, já se esquivam, se defendem. Mas, quando você as solta, quando as deixa livres, elas começam a se perguntar: “Por que ela agiu assim?” “Ela aceitou que eu partisse da vida dela?” “Como eu não havia reparado que ela era assim, tão interessante…?”
Você é auto confiante, é seguro de si e sabe que não deve acorrentar pessoas, que, assim como tudo na criação de Deus, somos todos livres. Eu não gostaria de me sentir acorrentada. E você?
Soltar alguém não quer dizer que tenha desistido dele. Você apenas ACEITOU suas escolhas e sabe esperar, quem sabe, um dia, que ele volte e te diga que essa distância foi uma péssima ideia, que ele fez escolhas ruins e que tudo que ele queria era estar com você…
Lembre-se: soltar é muito melhor que acorrentar. Ninguém é feliz ao lado de um sargento, de um tirano, sendo um prisioneiro, um refém de um amor doentio. Solte. Deixe ir. Confie em você e na bênção do tempo que sabe tudo antes mesmo de você imaginar.
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adorei
parabéns pelas lindas palavras
Olá Cris, obrigado pelo maravilhoso texto. Uma sema depois que escreveu isso, eu passei pelo drama de liberar alguém cuja os sonhos de futuro não me continha, e que vinha sofrendo por estar me "fazendo perder tempo". Pois é, ouvi isso por uma ligação telefônica. E por amar muito, mas muito, eu deixei que fosse. Sem dramas, com certa indiferença porque foi minha fortaleza diante do termino de um relacionamento, de pouco tempo 6 meses, mas a intensidade que parece ter durado por anos. Mas era um relação de selfies no facebook, e na primeira crise que passou em sua cabeça a pessoa quis achar melhor ir embora. Paciência! Como no seu texto, eu torço para que volte, mas não esperarei "en el muelle de San Blás" como cantou Maná. Vou seguir a vida, com um certo vácuo, na verdade um enorme vácuo nesta recém separação e, o tempo dirá o que será de nós.
Marcelo