Não quero que meu coração bata três vezes mais rápido quando penso em falar com alguém que não conheço, ou ao dirigir para algum lugar novo, ou ao experimentar algo novo. Não quero ficar preso dentro de uma bolha, preso dentro de minha própria casa, porque estou com muito medo de entrar no mundo.
Não quero decepcionar meus amigos mentindo sobre o motivo de não poder ir às festas ou fazer um discurso no dia da formatura. Não quero decepcionar meus pais por nada, por ter muito medo de seguir meus sonhos e ficar em um lugar, em um lugar confortável.
Não quero me decepcionar, evitando oportunidades que surgem apenas uma vez na vida. Não quero me arrepender de todas as coisas que nunca consegui fazer, porque minha ansiedade estava me prendendo no lugar.
Não quero assumir que todo mundo me odeia antes mesmo de me conhecer. Não quero assumir que vou ser rejeitado antes mesmo de me candidatar a um emprego ou participar da primeira entrevista. Não quero assumir que vou falhar quando for totalmente capaz de ter sucesso, quando todos, exceto eu, acreditarem que eu tenho o que é preciso.
Não quero mais ficar sozinho. Não quero me impedir de falar, porque estou preocupada em dizer algo ofensivo ou porque não consigo encontrar o momento perfeito para entrar na conversa. Não quero afastar as pessoas antes que elas tenham a chance de me afastar.
Não quero ser controlado pela minha ansiedade. Manipulado a pensar que não sou bom o suficiente, que não mereço o amor que todos ao meu redor parecem ter. Não quero me sentir menor, como se tivesse feito algo errado.
Não quero aceitar as mentiras em que a ansiedade me forçou a acreditar. Não quero pensar em mim como alguém de fora, como alguém que nunca se encaixa. Não quero me sentir deslocado aonde quer que eu vá.
Eu não quero que a ansiedade arruine minha vida, então vou lutar contra ela e vou vencer. Não tenho ideia de como vou fazer isso acontecer entre noites sem dormir e ataques de pânico, mas isso vai acontecer, eu juro.
Eu sei que vou ter contratempos, dias em que me escondo dentro de bancas de banheiro ou debaixo dos cobertores do meu quarto. Haverá dias em que não conseguirá reunir energia para responder a um texto, muito menos sair de casa e interagir com outras pessoas cara a cara.
Mas também haverá dias em que eu sou corajosa o suficiente para deixar a segurança do meu apartamento e entrar em um avião ou ir a um primeiro encontro ou simplesmente dar uma volta sozinha no quarteirão.
Eu posso ter palpitações, posso chorar até dormir na noite anterior, mas isso não importa. O que importa é que haverá dias em que tenho energia para me esforçar para fazer algo aterrorizante. Haverá dias em que silencio minha ansiedade por tempo suficiente para realmente viver.
Haverá dias em que eu vou ganhar – e esses serão os dias em que vou me concentrar a partir de agora.
*Texto traduzido e adaptado com exclusividade para o site Fãs da Psicanálise. É proibida a divulgação deste material em páginas comerciais, seja em forma de texto, vídeo ou imagem, mesmo com os devidos créditos.
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