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Estou sendo um pai ou uma mãe muito exigente?

Essa é uma das grandes dúvidas dos pais… Qual é a medida entre exigência e acolhimento? Cobrança e liberdade?

Além disso, essa indecisão geralmente vem permeada por um sentimento de culpa e ansiedade na hora de tomar as decisões.

Dificilmente os pais e mães conseguem perceber os exageros dessa balança, com os filhos. E isso pode acontecer com qualquer pai e mãe que ame seu pequeno.

Alguns, apesar da boa intenção, ou por medo de errar na disciplina dos filhos, acabam consequentemente cometendo o erro de sufocar as crianças com suas exigências, que por fim danificam os laços do vínculo familiar.

Menos exigência, mais aceitação… Será que é um bom caminho?

Tenha em mente que cada ser humano tem diferentes características, mais facilidade em determinadas coisas e menos habilidades em outras.

No papel de pais, devemos sempre compreender que cada indivíduo tem suas qualidades e seus defeitos. Uns podem ter mais facilidade para se comunicar com o próximo, outros conseguem entender o assunto escolar mais rápido e sem muito esforço, alguns aceitam o “não” de forma mais pacífica…

Enfim, é importante saber que assim como nossas qualidades, também temos os nossos defeitos. Ninguém pode ser suficiente bom em tudo, o tempo todo, principalmente quando ainda são crianças e estão experimentando o mundo.

Esse texto serve para nos permitir aceitar as dificuldades dos filhos, seus erros e imaturidade. E ressaltar que apesar das dificuldades, todos possuem qualidades, conquistas… considerando o perfil e a faixa etária deles.

Mesmo que a grama do vizinho parece mais verde; que o filho do seu amigo parece mais calmo ou responsável, parta sempre do início. Em primeiro lugar, encontre as qualidades do seu filho, valorize seus esforços e estimule naquilo que ele pode fazer melhor.

E não esqueça de oferecer apoio e ajuda para superar os momentos difíceis.

Responsabilidade e organização na medida certa…

Ensinar seus filhos a serem organizados e desenvolverem hábitos de limpeza, cuidado e zelo é importante em todas as faixas etárias (desde muito pequeno, através do exemplo!) Mas cuidado! O exagero em algo que ainda não está ao alcance da criança pode ter um efeito contrário àquilo que você deseja estimular. Quando a expectativa é muito alta, ela tem a tendência de desistir ou não se motivar a fazer, o que pode influenciar diretamente na autoestima e autoconfiança da criança.

Considerar o nível de maturidade e habilidade do seu filho é um ponto forte a ser avaliado na hora de cobrar e medir até onde você deve exigir tais comportamentos.

Ao mesmo tempo, não é motivo para fazer por ele. Nesse caso, a hora é de estimular, ensinar, acompanhar…até que ele tenha autonomia e habilidade para fazer sozinho. Aí sim, chegou a hora de exigir!

Também fomos crianças um dia e não podemos nos esquecer disto. Crianças se sujam, se molham, correm, caem e adoram bagunçar. É da natureza infantil! Elas possuem esse direito e merecem fazer todas essas coisas. Afinal, não há nada melhor no mundo do que ser uma criança, sem preocupações, com a capacidade de perdoar e amar como ninguém.

Portanto, deixe seu filho aproveitar a sua infância. Ele passará por essa fase apenas uma vez na vida, não é mesmo? E aos poucos vá instituindo as responsabilidades diárias que você deseja ensiná-lo.

Espaço = confiança!

Dar espaço é sinal de confiança! Quando você dá ao seu filho um espaço para que ele possa crescer, se desenvolver, criar e se relacionar você demonstra que confia na capacidade dele e estimula responsabilidade.

Podemos começar com pequenas coisas: passar o dia na casa de parentes ou amigos de confiança sem a presença dos pais, comprar um sorvete enquanto você observa a uma curta distância, brincar no parque enquanto conversa com outras mães/pais. E mais tarde, ir ao cinema/Shopping, desde você esteja bem informado e seguro sobre os locais e companhias.

Os pequenos desejam que os pais confiem neles. Ligar de 15 em 15 minutos não muda nada, apenas demonstra a falta de confiança que temos neles.

O monitoramento excessivo causa uma necessidade de burlar regras. É comum crianças extremamente controladas, demonstrarem atitudes de contrariedade e oposição, principalmente na adolescência.

Se for necessário, mude!

Se determinada regra não está agregando aspectos positivos no relacionamento familiar e obtendo o sucesso desejado, você tem todo o direito de alterá-la, mas isso deve partir de uma boa comunicação.

O sucesso na educação também está relacionado a ser exigente da maneira certa. Quando você estabelecer uma regra dentro da sua casa, como por exemplo: levar a roupa suja para o cesto, ou até mesmo guardar os brinquedos, esclareça como deve ocorrer, e seja claro em suas palavras. Se preciso, ensine através do exemplo e auxilie nas primeiras vezes.

Se os momentos em família forem regados com uma boa comunicação, os filhos terão mais facilidade em obedecer e concretizar suas atividades. Terão menos resistência em assumir seus erros, dizer a verdade e pedirem ajuda quando preciso, porque eles saberão que a preocupação dos pais é que eles sejam sempre felizes.

Cada um com seus sonhos!

Dias atrás, em um restaurante, um jovem da mesa ao lado fez algumas brincadeirinhas com meu filho menor, de 11 meses. Meu pequeno adora ter atenção, então soltou várias risadas. Nesse momento o moço me perguntou: O que você quer que ele seja? Minha primeira resposta foi: Bom, ainda não pensei nisso…

Mas agora eu diria mais: Não pensei e não tenho o direito de decidir sobre isso. Certamente ele será estimulado a estudar e conhecer o mundo nas suas diversas áreas, experimentando, descobrindo, criando… e sempre que precisar de apoio ou orientação estarei aqui! Para descobrir junto, dar testemunho, apoiar e ajudar nas decisões. Mas definir, não! Os sonhos são deles, não meus.

Hoje em dia vemos muitos pais que desejam, e até direcionam seus filhos a seguirem o mesmo trajeto profissional que eles tiveram, ou aquele que gostariam de ter seguido, mas não o fizeram.

Certamente essa não é a melhor opção quando se trata em estimular o futuro dos filhos. Nesse caso, a criança passa a sentir que carrega a responsabilidade de viver e dar continuidade a um sonho que não é dela.

Permitir que seus filhos vivam e sigam seus sonhos é fundamental. Fazer o que não gosta é tornar-se uma pessoa infeliz profissionalmente. Deixe-os livres para escolher e praticar o que desejarem – desde que bem orientados. A aceitação é uma das mais valiosas formas de amor.

Não confunda aceitação com falta de envolvimento! Participe ativamente da construção do caminho, dando o maior número de estímulos e esclarecimentos. Assim ele terá condições de tomar uma decisão consciente, quando chegar a hora certa.

Lembre-se sempre: o “não” também é uma demonstração de amor

Por mais difícil que seja dizer “não” para seu filho, os pais precisam fazer esse papel, porque dessa forma os filhos adquirem limites, aceitam suas falhas e desenvolvem a tolerância à frustração. Além disso, conhecendo seus limites, as crianças tendem a aprender a buscar ajuda quando necessário e adquirem resiliência para vencer os obstáculos da vida.

Leia mais: 10 coisas que não devemos dizer para as crianças

Errar para aprender!

Os pais criam a imagem de filhos perfeitos, que aceitam todas as regras e que tenham limites. Mas sabemos que não é bem assim na prática.

Tanto os pais como os filhos são humanos e todos estamos sujeitos a errar. Mas é importante reforçar que todos tem a capacidade de melhorar em suas dificuldades e isso só é possível se houverpersistência, humildade e sabedoria, tanto para assumir seus próprios erros e quanto para perdoar os erros dos filhos.

(Autora: Fernada Luiza da Silva)

(Fonte: psicoinfantil.net)

Fãs da Psicanálise

A busca da homeostase através da psicanálise e suas respostas através do amor ao próximo.

View Comments

  • Excelente artigo! Apesar de qualquer coisa, o importante é oferecer apoio para ajudá-los a superar os momentos difíceis.

  • Sou um filho vítima de uma mãe muito dura. Tenho 25 anos. Não tenho autoconfiança e nem autoestima. Sofro de ansiedade e estou em depressão. Já tentei várias vezes falar com minha mãe, mas ela não reconhece seus erros, não se mostra disposta a me ajudar. Consegue se fazer de vítima mesmo eu sendo o prejudicado. Fala que vai me internar. Vou me matar. Não vejo outra saída.

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