Os relacionamentos iniciam com o despertar da paixão. A paixão ocorre de forma inconsciente, e é por isso que falamos que “não mandamos no coração” pois não temos controle sobre os nossos processos inconscientes.
Por desconhecermos o nosso próprio funcionamento, não conseguimos controlar por quem iremos nos apaixonar. Exemplo: Um homem que se apaixonou pelas características de uma determinada mulher sem compreender que se apaixonara por ela devido ao seu desejo inconsciente de ter essas mesmas características para si devido a necessidade de agradar aos pais e receber a aprovação deles…
A paixão tem como característica enxergar no outro aquilo que considera-se importante para si e esse conceito de “importante” é uma consequência das crenças pessoais que cada indivíduo possui (agradar aos pais, mostrar que consegue, que é bom…).
Sabemos que são inúmeros e extremamente singulares os critérios que fazem um indivíduo se apaixonar pelo o outro, contudo, a vivência da paixão embora particular, possui características específicas e gerais.
Na paixão, que é conhecida também como amor romântico, existe uma fuga da realidade: o indivíduo acaba vendo no seu objeto de desejo (namorado (a)/esposo (a)) características que são importantes para si ou que gostaria de ter em si, supervalorizando assim o objeto de desejo e desvalorizando ou negando o seu próprio ser.
É por isso que quando nos apaixonamos diminuímos o interesse pelas outras relações e áreas da nossa vida, e temos como foco principal o objeto de desejo e o relacionamento em si e quando acaba a relação pautada na paixão sofremos tanto: além das idealizações, também perdemos o contato com quem somos devido à dedicação exclusiva à relação.
Embora a paixão traga várias sensações boas e intensas, ela traz consigo também a negação da realidade e costuma ter curta duração, diferentemente do amor maduro.
No amor maduro existe um contato com a realidade, ou seja, o encantamento desaparece gradativamente a partir da convivência e o objeto de desejo é percebido como alguém que também possui falhas, que erra e que possui fragilidades, mas com quem ainda se deseja partilhar os prazeres e dividir as angústias.
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Deste modo, entende-se que o amor maduro é saudável porque existe um contato com o prazer mesmo que na realidade, diferente da paixão ou do amor romântico que afastam o indivíduo da sua realidade e o aproximam da fantasia tornando todo sentimento intenso. Isso não significa que no amor não existam prazeres ou sentimentos positivos, eles existem com certeza, porém são mais brandos e reais, são maduros.
É comum que algumas pessoas, ao perceberem que o encantamento pelo o outro está acabando, saiam do relacionamento. Isso ocorre porque para elas é doloroso enxergar a realidade e aceita-la, e porque também desejam viver constantemente picos de euforia e intensidade mesmo reconhecendo que a paixão não é eterna.
Mas, quando o indivíduo consegue perceber a realidade do outro e desenvolver empatia, avaliar a importância deste relacionamento para a sua vida e os ganhos obtidos através desta relação, então, automaticamente ele assume o compromisso com o amor maduro.
Este, mais brando, seguro e duradouro e que precisa ser fortalecido com a empatia e amor próprio para que não altere a sua propriedade saudável de liberdade.
Logo, entende-se que para viver um relacionamento maduro é necessário que os indivíduos envolvidos nele também possuam maturidade emocional para compreenderem a realidade e aceita-la, e para apoiarem-se sozinhos e poderem expressar os seus sentimentos livremente, sem serem ou se sentirem punidos por isso.
Esta maturidade emocional é conquistada através do autoconhecimento: identificação, aceitação e elaboração dos próprios medos, fragilidades, inseguranças…
Sabe-se que o amor é sentido de acordo com cada estrutura de personalidade, isso porque a personalidade é construída de acordo como foram vivenciadas as etapas de desenvolvimento infantil. É a forma como essas etapas foram satisfeitas e a qualidade dessas satisfações que irão refletir no modo como o adulto irá se relacionar.
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É importante salientar então que a forma como fomos nutridos afetivamente na infância irá refletir nas nossas relações quando adultos. O medo de não ser amado, de não receber o suficiente, de ser enganado, o desejo de querer sempre mais afeto, acabam norteando a forma do indivíduo se relacionar com o outro.
É por isso que nas relações nos deparamos com medos, com inseguranças, com necessidades infantis… Se indivíduos imaturos emocionalmente se depararem com esses sentimentos na paixão, provavelmente sairão da relação.
Mas, se esses indivíduos forem maduros emocionalmente, mesmo que na paixão conseguirão compreender o outro e avaliar se estão dispostos a investir numa relação mais sólida e adulta, ajudando-se mutuamente.
Portanto, não é a etapa da relação que irá definir o destino do casal, mas sim a maturidade emocional dos indivíduos envolvidos nesta relação é que determinará a próxima etapa a ser vivida na relação.
Perceba como você reconhece e lida com os seus conflitos e como seu/sua parceiro (a) também o faz. Através desta análise você identificará se está vivenciando uma paixão ou um amor maduro e compreenderá também como quer conduzir a relação.
Texto publicado com autorização da autora: Jéssica Horácio de Souza
Tudo faz parte de um processo em nossas vidas e se tornam histórias longas para vida toda ou médias ou curtas, depende do famoso acerto da “tampa da panela “, Mas os dois lados da moeda tanto para um começo ou um fim de uma paixão ou amor, sofremos os mesmos efeitos: um prazeroso e o outro infelizmente um luto de aceitação, mas nunca perca a esperança de recomeçar a descobrir novos amores, permita se sem medo de errar .